Repórter
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 18h27.
Última atualização em 2 de novembro de 2025 às 19h03.
O roubo de joias avaliadas em US$ 102 milhões do Museu do Louvre, ocorrido em outubro, foi executado por criminosos de pequeno porte, e não por membros do crime organizado, afirmou neste domingo, 2, a promotora de Paris, Laure Beccuau.
O crime aconteceu em plena luz do dia, em um domingo, e durou menos de sete minutos. Dois homens utilizaram uma plataforma de mudança para acessar o segundo andar do museu, quebraram uma janela, abriram vitrines com esmerilhadeiras e fugiram na garupa de scooters conduzidas por cúmplices.
Com três suspeitos presos — entre eles, a namorada de um dos envolvidos —, a promotora afirmou que todos são moradores da região de Seine-Saint-Denis, uma área pobre ao norte de Paris.
“Este não é exatamente um delito comum... mas é um tipo de delito que geralmente não associamos aos escalões superiores do crime organizado”, disse Laure Beccuau à rádio Franceinfo.
A investigação indica que o grupo pode ter cometido erros básicos durante o roubo das joias no Louvre. A polícia informou que os ladrões abandonaram ferramentas, uma luva e objetos no local, além de deixarem cair a peça mais valiosa: a coroa da Imperatriz Eugênia, feita de ouro, esmeraldas e diamantes, segundo informações da agência Reuters.
Dois dos homens presos vivem em Aubervilliers e “admitiram parcialmente” a participação no crime. Um deles, de 34 anos, foi detido ao tentar embarcar para a Argélia. O outro, de 39, já estava sob supervisão judicial por furto qualificado. Um terceiro suspeito, de 37 anos, é identificado como parte do grupo com base em vestígios de DNA encontrados no caminhão utilizado no assalto. Ele tem 11 condenações anteriores por diversos delitos e mantém relação familiar com a mulher de 38 anos que também foi presa.
A promotora afirmou que pelo menos uma pessoa envolvida na ação ainda está foragida, possivelmente o responsável por planejar o roubo no Louvre. A imprensa francesa já havia especulado que o grupo era amador, diante das falhas cometidas e do modo de execução do crime.
Três pessoas detidas junto com o casal em 29 de outubro foram liberadas sem acusações. A mulher, ao ser informada de que permaneceria sob custódia, chorou e declarou temer pelas consequências para seus filhos. Seu advogado, Adrien Sorrentino, afirmou que ela nega qualquer envolvimento e poderá recorrer da prisão preventiva.