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São Paulo, Rio e Minas Gerais serão os estados mais afetados por tarifas de Trump; veja lista

Presidente americano anunciou que cobrará taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento na Casa Branca em 9 de julho (Win McNamee/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento na Casa Branca em 9 de julho (Win McNamee/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 10 de julho de 2025 às 10h47.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 11h03.

A nova tarifa de importação contra o Brasil, anunciada pelo presidente americano Donald Trump na quarta-feira, 9, afetarão mais os estados do Sudeste e do Sul, pois eles são os maiores vendedores de produtos para os Estados Unidos.

De acordo com dados da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), o estado de São Paulo é o maior exportador brasileiro para os EUA.

No primeiro trimestre de 2025, o estado representou 31% das vendas brasileiras aos americanos. Os itens mais enviados foram sucos de frutas, especialmente de laranja, aeronaves e combustíveis.

Em seguida, vem o Rio de Janeiro, forte exportador de petróleo e aço, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Veja a lista abaixo.

1. São Paulo 
31% das exportações
US$ 3 bilhões
Principais produtos: suco de frutas, aeronaves e óleos combustíveis.

2. Rio de Janeiro
17,8% das exportações
US$ 1,7 bilhão
Principais produtos: petróleo bruto, ferro e aço semi-acabado e combustíveis de petróleo

3. Minas Gerais
11,6% das exportações
US$ 1,1 bilhão
Principais produtos: Café, ferro-gusa e carne bovina

4. Espírito Santo
8,1% das exportações
US$ 784,1 milhões
Principais produtos: ferro e aço semi-acabados, cal, cimento e materiais de construção e celulose

5. Rio Grande do Sul
4,8% das exportações
US$ 466 milhões
Principais produtos: máquinas elétricas, celulose e tabaco

Por onde saem as exportações dos EUA

A Amcham indicou ainda os principais pontos de saída das exportações brasileiras rumo aos EUA. Veja a lista:

1. Porto de Santos (SP) - 31.1% do total
2. Porto de Itaguaí (RJ) - 11,7%
3. Porto do Rio de Janeiro (RJ) - 8,2%
4. Porto de Vitória (ES) - 7,2%
5. Aeroporto de Guarulhos (SP) - 4,2%

Entenda a nova tarifa de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira, 9, uma tarifa extra de importação de 50% para os produtos brasileiros. Ele disse que a taxa se deve aos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e contra redes sociais americanas.

A medida entra em vigor em 1º de agosto, e ainda pode ser negociada. A carta foi publicada na rede Truth Social e endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Devido, em parte, aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e despejo do mercado brasileiro de mídia social), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. Mercadorias levadas a outros países  para escapar dessa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta", disse Trump.

Leia aqui a íntegra da carta

A resposta de Lula a Trump

Em um post na rede social X, o presidente Lula respondeu a Trump. Ele disse que o Brasil é um país soberano e que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica."

A Lei de Reciprocidade foi aprovada pelo Congresso do Brasil em abril. Ela permite ao governo brasileiro retaliar tarifas impostas por outros países. Após o anúncio das medidas, parlamentares governistas passaram a defender o uso dessa lei.

O presidente Lula disse ainda que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro é "de competência apenas da Justiça Brasileira" e que as empresas americanas precisam seguir a lei do país.

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