Sarah Mullally: enfermeira e mãe de dois filhos, substitui Justin Welby, que foi obrigado a renunciar em novembro de 2024 (AFP PHOTO /AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 07h43.
A bispa de Londres, Sarah Mullally, foi nomeada nesta sexta-feira, 3, arcebispa de Canterbury, tornando-se a primeira mulher a liderar a Igreja da Inglaterra e a ser líder espiritual dos anglicanos, anunciou o governo britânico.
Mullally, de 63 anos, enfermeira e mãe de dois filhos, substitui Justin Welby, que foi obrigado a renunciar em novembro de 2024 devido à sua gestão de um escândalo de agressões físicas e sexuais.
Mullally, que deixou em 2004 o seu trabalho de enfermeira para dedicar-se ao sacerdócio em tempo integral, torna-se a 106ª arcebispa de Canterbury.
Em um comunicado, a arcebispa reconheceu a "grande responsabilidade" do seu novo cargo, mas declarou sentir uma sensação de "paz e confiança em Deus" para cumpri-lo.
O anterior líder do anglicanismo mundial, Justin Welby, anunciou em novembro que deixaria suas funções em 6 de janeiro. Welby, de 68 anos, enfrentou dias de pressão para que renunciasse após as acusações de que sua instituição encobriu durante anos agressões físicas e sexuais contra menores por parte de um advogado vinculado à mesma.
O antigo arcebispo de Canterbury oficiou em vários eventos reais importantes nos últimos anos, como o funeral da rainha Elizabeth II e a coroação de Charles III.
Entre a década de 1970 e meados da década de 2010, John Smyth, um advogado que presidia uma organização de caridade vinculada à Igreja Anglicana e que organizava acampamentos de férias, abusou sexualmente de 130 crianças e jovens no Reino Unido e depois na África, particularmente no Zimbábue e na África do Sul, onde se estabeleceu e morreu em 2018, aos 75 anos, sem ser julgado.
A instituição foi oficialmente informada desses fatos em 2013, mas muitos membros já os conheciam desde a década de 1980 e os mantiveram em silêncio como parte de uma "campanha de encobrimento", concluiu uma investigação encomendada pela própria Igreja Anglicana.
O relatório também concluía que o arcebispo de Canterbury "poderia e deveria ter denunciado" à polícia a violência cometida pelo advogado a partir de 2013, quando se tornou primaz da Igreja da Inglaterra.