Mundo

'Shutdown': segunda semana de paralisação parcial começa nos EUA

Congresso enfrenta impasse e saída do shutdown depende de consenso difícil entre partidos

Shutdown nos EUA: bloqueio orçamentário provoca demissões e paralisia de serviços federais. (ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP)

Shutdown nos EUA: bloqueio orçamentário provoca demissões e paralisia de serviços federais. (ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 08h56.

O bloqueio orçamentário nos Estados Unidos entra, nesta segunda-feira, 6, na sua segunda semana e ameaça prolongar-se devido às divergências entre democratas e republicanos, enquanto o presidente Donald Trump assegura que começaram as demissões de funcionários federais.

Cada lado se mantém firme em suas posições e se culpa mutuamente desde o início do shutdown, na quarta-feira passada. Trump anunciou na noite de domingo que começaram as demissões definitivas de funcionários, em vez das licenças temporárias aplicadas em paralisações anteriores. Nos últimos dias, também congelou projetos de infraestrutura em estados democratas e ameaçou eliminar agências federais.

"Está acontecendo agora mesmo. E tudo por culpa dos democratas", disse Trump à imprensa. Entre os mais afetados estão mais de dois milhões de funcionários federais, que não receberão salários até a aprovação de um orçamento, o que representa perda significativa de renda. Andrew Koneschusky, ex-assessor do líder democrata Chuck Schumer, estimou que a paralisação pode durar semanas.

Conflito político e consequências

Os republicanos propõem prorrogar o orçamento atual até o final de novembro, enquanto os democratas defendem a extensão de programas de seguro de saúde para a população mais vulnerável. Scott Bessent, secretário do Tesouro de Trump, alertou para o impacto no PIB e no crescimento.

A paralisação afeta também viagens, com atrasos e cancelamentos devido à escassez de agentes de segurança e controladores de tráfego aéreo. Embora o fechamento atual ainda esteja distante do recorde de 35 dias registrado entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, o presidente adotou uma estratégia de "máximo sofrimento", congelando fundos federais para estados democratas e ameaçando demissões massivas.

Intransigência e estratégias

Segundo James Druckman, professor de ciências políticas na Universidade de Rochester, a administração Trump acredita ter um mandato sem limites, o que dificulta acordos. "Os democratas têm sido criticados por não lutarem o suficiente contra Trump", acrescentou. Projetos de lei anteriores tiveram concessões que não trouxeram resultados positivos, e por isso os democratas permanecem firmes nesta paralisação.

Apesar disso, os republicanos tentam persuadir senadores suficientes para atingir os 60 votos necessários e superar o bloqueio, tendo conseguido até sexta-feira apenas 54 votos. O analista financeiro Michael Ashley Schulman aponta que a pressão econômica, caso o fechamento se prolongue, pode forçar mesmo os ideólogos mais fervorosos a buscar soluções de consenso.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Mundo

Negociações sobre plano de Trump para Gaza começam nesta segunda no Egito; saiba as propostas

Trump diz que ataques na costa venezuelana foram tão efetivos que 'não há mais barcos'

Kim Jong-un visita novo navio de guerra e promete 'castigar provocações do inimigo'

Deputado de Javier Milei desiste de eleição após reconhecer pagamentos de empresário investigado