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Suíça corre contra o tempo para tentar barrar tarifa de 39% imposta por Trump

Governo suíço busca acordo com os norte-americanos a três dias da entrada em vigor da medida

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 09h10.

Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 09h12.

A Suíça vive uma corrida de 72 horas para tentar convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspender a nova tarifa de 39% sobre seus produtos. A medida entra em vigor na quarta-feira, 6, e já mobiliza uma reação emergencial do governo suíço.

Na segunda-feira, 4, a presidente do país, Karin Keller-Sutter, convocou uma reunião extraordinária do Conselho Federal para discutir possíveis saídas.

Segundo a Bloomberg, autoridades suíças também se reuniram com lideranças empresariais e mantêm conversas diretas com representantes dos EUA, em uma tentativa de retomar um acordo preliminar que havia sido costurado há pouco mais de um mês.

A justificativa da Casa Branca é que a Suíça estaria "roubando dinheiro" dos Estados Unidos, dado o superávit comercial de US$ 38 bilhões registrado em 2024. Keller-Sutter classificou a alegação como "absurda".

A imprensa local criticou o governo por ter sido pego de surpresa e não ter preparado um plano de contingência. O ex-diplomata suíço, Thomas Borer ecoou o tom: “É lamentável que os suíços tenham demorado tanto para reagir”.

Opções da Suíça

Uma das poucas alternativas consideradas por autoridades suíças seria o aumento da importação de gás natural liquefeito dos EUA. O país é dependente de energia hidrelétrica e nuclear, mas consome gás no inverno. Como é uma nação sem saída para o mar, a Suíça dependeria de rotas por países vizinhos, o que encareceria o transporte.

Na visão do banco suíço Lombard Odier, o cenário base ainda prevê que a tarifa de 39% seja revista para algo mais próximo da alíquota de 15% aplicada à União Europeia. Em nota a clientes, estrategistas da instituição afirmaram que só revisarão as projeções de PIB no caso improvável de um impasse prolongado.

“Dada a volatilidade das decisões que temos visto dos Estados Unidos, ainda há esperança de que se encontre uma solução”, disse à Bloomberg a deputada Franziska Ryser, do Partido Verde.

Para ela, a crise atual mostra que os EUA, sob Trump, deixaram de ser um parceiro confiável. “Devemos reforçar a cooperação com a União Europeia e coordenar mais de perto com nossos parceiros europeus.”

Segundo a Bloomberg, o mercado financeiro local mantém certo otimismo. O índice SMI, referência da Bolsa suíça, recuava apenas 0,51% às 8h40 do horário de Brasília.

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