Beyoncé: cantora é conhecida por hits como "Single Ladies" e "Halo" ( Kevin Mazur/WireImage for Parkwood/Getty Images for National Geographic Magazine)
Repórter
Publicado em 28 de julho de 2025 às 10h27.
O presidente Donald Trump voltou a pedir um processo judicial contra a cantora Beyoncé, com base em uma alegação sem fundamento relacionada à campanha da candidata democrata Kamala Harris. O republicano afirmou em uma publicação nas redes sociais que Beyoncé teria recebido US$ 11 milhões em troca de seu apoio à Kamala durante um evento em Houston, em outubro de 2024.
No entanto, não há evidência de que a artista tenha recebido esse valor ou qualquer pagamento pelo apoio em particular, segundo a CNN internacional.Registros federais de gastos de campanha mostram apenas um pagamento de US$ 165 mil da campanha de candidata democrata à produtora de Beyoncé. O valor foi registrado como despesa de "produção de evento de campanha". Um porta-voz da equipe de Kamala Harris informou ao site Deadline, em 2024, que não houve pagamento a celebridades pelas aparições, mas que a campanha é obrigada por lei a arcar com custos logísticos relacionados a eventos.
O valor registrado, de US$ 165 mil, está muito distante da alegação de US$ 11 milhões feita por Trump. Desde que a afirmação de que Beyoncé teria recebido "US$ 10 milhões" começou a circular nas redes sociais em 2024, não foram apresentadas provas que sustentem a versão. Sites de checagem como FactCheck.org e PolitiFact analisaram a alegação e não encontraram nenhum indício que a comprove.
Quando questionado anteriormente sobre a origem do valor citado, em fevereiro, o presidente afirmou apenas que "alguém acabou de me mostrar algo. Deram US$ 11 milhões a ela".
Um porta-voz de Kamala Harris relembrou uma publicação feita em novembro por Tina Knowles, mãe de Beyoncé, que chamou a alegação de "mentira". Knowles também observou que a informação chegou a ser removida do Instagram como "Informação Falsa". "Beyoncé não recebeu um centavo por discursar no comício da candidata presidencial e vice-presidente Kamala Harris em Houston", escreveu.
Um representante da cantora disse ao PolitiFact, também em novembro, que a alegação sobre um pagamento de US$ 10 milhões era "além do ridículo".
Neste domingo, 27, durante visita à Escócia, Trump retomou a alegação em uma publicação online. Ele escreveu que está considerando "o fato" de democratas "admitirem ter pago, provavelmente ilegalmente, onze milhões de dólares à cantora Beyoncé por um APOIO".
Membros do Partido Democrata, no entanto, rejeitam a acusação e negam qualquer pagamento do tipo. A Casa Branca não apresentou evidências de qualquer "admissão" citada por Trump.
O presidente também mencionou pagamentos da campanha de Kamala Harris a organizações ligadas a apoiadores que atuam como influenciadores digitais, alegando — sem provas — que teriam sido registrados de forma irregular. Ele ainda afirmou que pagar por endossos políticos seria "TOTALMENTE ILEGAL", embora a legislação federal não proíba pagamentos por apoio público.
Trump também declarou: "Kamala e todos aqueles que receberam dinheiro de endosso INFRACIONARAM A LEI. Todos eles deveriam ser processados! Obrigado pela atenção a este assunto."
Essa não é a primeira vez que o republicano solicita processos contra adversários políticos. A publicação de sábado representou uma escalada em relação a uma postagem feita em maio, na qual ele havia pedido uma "grande investigação" sobre o caso sem citar processos específicos.