Repórter
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 21h31.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 10 de novembro, apoio ao acordo bipartidário que pretende encerrar a paralisação do governo, iniciada há mais de 40 dias. A medida sinaliza a possibilidade de reabertura das repartições públicas ainda nesta semana, dependendo do andamento das votações no Congresso.
"Temos apoio suficiente de democratas e vamos reabrir o país", declarou Trump a jornalistas. "É uma pena que tenha sido fechado, mas vamos reabrir o país muito rapidamente."
O líder da maioria no Senado, John Thune, afirmou que espera que o presidente sancione a proposta assim que ela for aprovada pelo Congresso, segundo a Bloomberg.
O Senado aprovou, no domingo, uma medida processual que acelera a tramitação de um projeto de lei de financiamento temporário. A proposta garante orçamento integral para os departamentos de Agricultura, Assuntos de Veteranos e o Congresso, além de recursos provisórios para outras agências até 30 de janeiro. Também autoriza o pagamento retroativo de salários a servidores públicos afastados, restabelece repasses federais a estados e municípios, e proíbe novas demissões federais até essa data.
A votação final no Senado está prevista para o final desta segunda-feira, 10 de novembro. Após a aprovação, o texto segue para a Câmara dos Representantes. O presidente da Casa, Mike Johnson, informou que dará um "aviso prévio" de 36 horas para o retorno dos parlamentares, que não se reúnem presencialmente desde 19 de setembro.
Caso os prazos sejam cumpridos, a expectativa é de que o governo retome suas atividades até o final da semana, embora serviços essenciais, como transporte aéreo e entrega de assistência alimentar, continuem afetados até o encerramento oficial da paralisação.
Apesar do avanço, o projeto não contempla a extensão dos subsídios da Affordable Care Act, conhecida como Obamacare, ponto central da pressão democrata e causa da paralisação. O impasse gerou reações dentro do próprio partido. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, classificou o acordo como "patético", enquanto JB Pritzker, governador de Illinois, afirmou que as concessões republicanas são uma "promessa vazia".
Mesmo com o avanço no Senado, a votação na Câmara enfrenta resistências. Johnson afirmou esperar apoio suficiente para a aprovação, mas o projeto enfrenta oposição de democratas, que exigem a renovação dos créditos fiscais da Affordable Care Act, atualmente em fase de expiração.
Do lado republicano, parlamentares mais conservadores pressionam por uma proposta que financie o governo até 30 de setembro de 2026. O senador Rand Paul, do Kentucky, ameaça retardar a tramitação por conta de uma cláusula que limita a venda de substâncias derivadas da cannabis.
O senador Angus King, independente do Maine e aliado dos democratas, defendeu o financiamento temporário durante entrevista à MSNBC. “Pode não dar certo, eu admito, mas uma chance razoável, de 10, 20, 30%, é muito melhor do que zero”, afirmou King, referindo-se à promessa republicana de votar os créditos da saúde até dezembro.