Agência de Notícias
Publicado em 25 de junho de 2025 às 13h37.
Última atualização em 25 de junho de 2025 às 14h24.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta quarta-feira a recusa da Espanha em investir 5% do seu PIB em defesa, conforme exigido pela Otan, e afirmou que negociará um acordo comercial "diretamente" com Madri e fará o país "pagar o dobro" para compensar a situação.
"Vou negociar diretamente com a Espanha. Eu mesmo farei isso. Eles vão pagar. Assim vão pagar mais", disse Trump em uma coletiva de imprensa durante a cúpula da Aliança Atlântica em Haia, na Holanda.
"Vamos negociar um acordo comercial com a Espanha. Vamos fazê-los pagar o dobro. E estou falando sério. Vamos conseguir", insistiu o presidente republicano, apesar de Madri negociar seus acordos comerciais com Washington coletivamente como membro da União Europeia (UE).
Os comentários de Trump sugerem que seu governo, que está negociando um novo pacto com Bruxelas depois de ameaçar tarifas de até 50% para corrigir o que chama de déficits "injustos", busque agora taxar itens específicos de produtos europeus que podem afetar particularmente a Espanha.
"[A Espanha] é um lugar fantástico e tem um povo ótimo, mas a Espanha é o único país, de todos os países, que se recusa a pagar, e, vocês sabem, querem de graça, mas terão de nos pagar de volta por meio do comércio, porque eu não vou permitir que isso aconteça. É injusto", enfatizou.
Trump declarou ainda que a Espanha "tem sido o mais hostil" dos membros da Otan à ideia de aumentar os gastos com defesa: "Eu simplesmente não vejo sentido".
"Acho a Espanha terrível. É o único país que não pagará o valor total. Eles querem ficar em 2%. Acho isso terrível. E, como vocês sabem, eles estão indo muito bem. A economia está indo muito bem. E essa economia pode entrar em colapso total se algo ruim acontecer", comentou.
"É o único país que não paga. Não sei qual é o problema", repetiu o líder republicano, que chegou à Otan focado em fazer com que os aliados se comprometessem com a nova cota de 5% nos próximos dez anos.
Washington considera o atual limite de gastos "ridículo" e acredita que todos os membros do bloco são capazes de assumir tal aumento.