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Trump fará reunião com líderes mundiais sobre Gaza, e Hamas indica que próxima fase será difícil

Evento será realizado na segunda-feira e terá representantes de mais de 20 países

Vista aérea da destruição na cidade de Gaza, em 11 de outubro de 2025 (AFP)

Vista aérea da destruição na cidade de Gaza, em 11 de outubro de 2025 (AFP)

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 18h20.

Última atualização em 11 de outubro de 2025 às 18h55.

O governo do Egito anunciou neste sábado, 11, que realizará uma conferência sobre a paz na Faixa de Gaza, na cidade de Sharm el-Sheikh, na segunda-feira, 13, para finalizar o acordo para encerrar a guerra.

A reunião receberá o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que mediou o acordo, e líderes de mais 20 países. A lista de convites inclui Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Qatar, Turquia, Arábia Saudita e outros. Keir Starmer, premiê britânico, confirmou presença.

Neste sábado, um dos principais líderes do Hamas, Osama Hamdan, disse à agência AFP que a troca de reféns e prisioneiros deverá começar na segunda-feira pela manhã, como prevê o acordo fechado com Israel.

O Hamas deverá libertar cerca de 20 reféns israelenses, que foram levados há dois anos. Em troca, Israel libertará em torno de 2.000 prisioneiros palestinos.

'Pronto para a luta'

O Hamas está pronto para a luta se a guerra em Gaza for retomada, afirmou em entrevista à AFP o dirigente Husam Badran, que também rejeitou a proposta do plano de paz de Trump de que seus membros sejam expulsos do território palestino.

Badran, membro do comitê político do movimento islamista que governa Gaza, falou no Catar sobre as negociações da segunda fase do plano de paz e advertiu que essas conversas serão "mais complexas e difíceis".

Apesar da entrada em vigor, na sexta-feira, de um cessar-fogo em Gaza após negociações indiretas entre Hamas e Israel no Egito, vários pontos do plano proposto por Trump ainda não foram resolvidos.

Entre os assuntos mais complicados estão a proposta de desarmamento do Hamas e a ideia de uma autoridade de transição para Gaza liderada por Trump.

"Esperamos não voltar à guerra, mas nosso povo palestino e as forças de resistência sem dúvida (...) utilizarão todas as suas capacidades para repelir essa agressão", disse.

Badran destacou que "é importante ressaltar que as armas do Hamas não são as únicas. Hoje falamos de armas que pertencem a todo o povo palestino, e as armas no caso palestino são algo natural e fazem parte da história, do presente e do futuro".

Hamas não participará da assinatura do acordo de paz

O dirigente também rejeitou a proposta de que o Hamas seja banido da Faixa de Gaza.

"Falar em expulsar palestinos, sejam ou não membros do Hamas, de sua terra, é absurdo e sem sentido", afirmou.

Badran adiantou que o Hamas não participará da cerimônia formal para a assinatura do acordo de paz de Gaza no Egito. Ele acrescentou que o Hamas interveio nas negociações sobre o cessar-fogo principalmente através da mediação do Catar e do Egito.

À pergunta sobre se acredita que as conversas marcarão um caminho para a fundação de um Estado palestino, Badran respondeu: "Não é importante se será alcançado em um futuro próximo ou não. O importante é que o mundo perceba que a questão palestina não pode ser ignorada".

"Se não conseguirmos nosso direito de estabelecer nosso Estado durante esta próxima fase, não haverá estabilidade nesta região, e o povo palestino continuará e persistirá em sua luta e resistência por todos os meios e formas até que esse objetivo fundamental seja alcançado", afirmou.

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