Mundo

'Trump vai ficar na sua cabeça por muito tempo e conquistar 3º mandato', diz Steve Bannon

Em entrevista ao Financial Times, ex-estrategista do presidente defende ataques ao Irã, comenta prisão e avalia rumos da esquerda democrata

Ex-estrategista de Donald Trump, Steve Bannon (Mary F. Calvert/File Photo/Reuters)

Ex-estrategista de Donald Trump, Steve Bannon (Mary F. Calvert/File Photo/Reuters)

Publicado em 5 de julho de 2025 às 06h01.

Figura central na primeira campanha de Donald Trump à presidência, o estrategista Steve Bannon voltou aos holofotes nesta sexta-feira, 4, ao sugerir que o atual presidente deve disputar um terceiro mandato e tem chances de vencer.

Trump não vai sair. Ele vai estar na sua cabeça por muito tempo”, afirmou Bannon.

Pela Constituição americana, no entanto, um presidente está limitado a dois mandatos. Bannon não explicou como Trump poderia contornar essa proibição.

Em entrevista ao jornal Financial Times, Bannon afirmou que Trump está promovendo um "renascimento político" no país. Na conversa, ele também falou sobre os ataques ao Irã, sua passagem pela prisão e os rumos da política americana.

Bannon disse ver Trump como um dos maiores presidentes da história do país, ao lado de figuras como George Washington, primeiro presidente dos EUA e Abraham Lincoln, que venceu a Guerra Civil e impediu a separação do país. Para ele, Trump estaria liderando esse novo momento histórico.

Ataques ao Irã

A conversa ocorreu poucos dias após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã. Bannon disse ter tentado convencer Trump a não autorizar os ataques durante uma reunião de uma hora no Salão Oval, dois dias antes da operação. “Sou um grande apoiador de Israel, mas desde o começo tudo isso foi conduzido pelas decisões deles", disse.

Ele argumenta que o verdadeiro objetivo de Israel não era conter o programa nuclear iraniano, mas provocar uma mudança de regime em Teerã. “O que me deixou irritado foi que os israelenses nos colocaram nisso — foi a inteligência deles e o senso de urgência deles”, afirmou.

Para Bannon, Trump respondeu com um ataque limitado e depois impôs um cessar-fogo. “Acredito quando ele diz que a guerra acabou.”

Na mesma linha, ele endossou a alegação do presidente de que o programa nuclear do Irã foi “aniquilado”, apesar das divergências nas avaliações da inteligência americana.

Tempo na prisão

Na entrevista, Bannon também falou sobre sua passagem por uma prisão federal em Danbury, onde passou quatro meses detido no ano passado por desacato ao Congresso, após ter se recusado a cooperar no inquérito sobre os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro.

“Tinha 70 anos quando entrei e era muito perigoso”, disse. Ele evitou uma pena maior ao se declarar culpado por desviar recursos da sua organização sem fins lucrativos We Build the Wall.

Ele contou que passou a dar aulas de educação cívica aos detentos e defendeu reformas no sistema penal. “A prisão teve uma influência enorme sobre mim”, afirmou, acrescentando que cerca de um quarto das pessoas ali eram infratores não violentos por drogas, que não deveriam estar presos.

Partido Democrata

Ao comentar o cenário político, Bannon afirmou que o Partido Democrata tradicional está “morto” e que Zohran Mamdani foi o responsável por sua ruptura, em referência à vitória do jovem político socialista sobre Andrew Cuomo nas primárias democratas para a prefeitura de Nova York.

Para Bannon, a campanha de Mamdani foi o equivalente atual à feita por Barack Obama, por combinar presença constante nas redes sociais, como vídeos em corredores de supermercado no TikTok, e disposição para conceder entrevistas. Ele acredita que esse tipo de atuação política reflete uma nova dinâmica eleitoral nos Estados Unidos. “O populismo é o futuro da política”, afirmou.

Acompanhe tudo sobre:IsraelIrã - PaísEstados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Mundo

Donald Trump pretende realizar evento de UFC na Casa Branca em 2026

Entenda o que é o BRICS, bloco de 11 países que irá se reunir no Rio de Janeiro

Nova lei de Trump pressiona Tesla e impulsiona rivais de veículos elétricos

Incerteza comercial não freia crescimento global, diz Goldman Sachs