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Turquia prendeu 16 mil pessoas pós-golpe, diz ministro

Outras 7.668 pessoas estão sendo investigadas, mas não estão detidas atualmente, relatou o ministro da Justiça em uma entrevista


	Turquia: Ancara culpa seguidores do clérigo muçulmano Fethullah Gülen, auto-exilado nos Estados Unidos, pelo golpe frustrado
 (Defne Karadeniz/Getty Images)

Turquia: Ancara culpa seguidores do clérigo muçulmano Fethullah Gülen, auto-exilado nos Estados Unidos, pelo golpe frustrado (Defne Karadeniz/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2016 às 10h55.

Istambul - O ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bozdag, disse nesta terça-feira que 16 mil pessoas estão presas e sendo mantidas sob custódia formalmente por ligação com a tentativa fracassada de golpe de Estado do mês passado, e que outros 6 mil detidos ainda estão sendo registrados.

Outras 7.668 pessoas estão sendo investigadas, mas não estão detidas atualmente, relatou o ministro em uma entrevista à agência estatal de notícias Anadolu transmitida ao vivo em canais de televisão turcos.

A Turquia deteve, afastou ou suspendeu dezenas de milhares de pessoas no Judiciário, nas Forças Armadas, na polícia, no funcionalismo público e em outros setores em função de supostos laços com o golpe malfadado de 15 de julho, quando uma facção dos militares tentou depor o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o governo.

Mais de 240 pessoas foram mortas e quase 2.200 ficaram feridas, já que a facção utilizou caças, helicópteros militares e tanques e abriu fogo contra civis, enquanto tentava derrubar o governo.

Desde a tentativa de deposição, soldados, policiais, juízes, jornalistas, médicos e funcionários civis foram afastados ou presos, despertando entre aliados ocidentais o temor de que Erdogan esteja aproveitando os acontecimentos para acumular mais poderes.

Ancara culpa seguidores do clérigo muçulmano Fethullah Gülen, auto-exilado nos Estados Unidos, pelo golpe frustrado.

Gülen, cujos apoiadores nas forças de segurança, no Judiciário e no funcionalismo público Erdogan acusa de orquestrarem a tentativa de tomada de poder, nega qualquer conexão com o complô.

As autoridades turcas dizem que os seguidores de Gülen usaram vários aplicativos de mensagens de smartphone para se comunicarem nos anos que antecederam o golpe fracassado e que a agência de inteligência nacional da Turquia decifrou o programa e conseguiu rastrear dezenas de milhares de pessoas do grupo.

Um funcionário turco de alto escalão disse que a agência de inteligência do país identificou pelo menos 56 mil agentes da rede de Gülen graças à decodificação de um aplicativo de mensagens pouco conhecido chamado ByLock, que o grupo começou a usar em 2014. Este ano a inteligência turca conseguiu mapear a rede.

O jornal turco Haberturk noticiou que o Alto Conselho de Juízes e Promotores (HSYK, na sigla em turco) realizou trabalhos para uma nova rodada de expurgos de 1.500 juízes e promotores. Quase 3 mil deles foram suspensos nos dias que se seguiram à tentativa de golpe.

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