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Ucrânia escondeu drones em galpões falsos para atingir aviões russos a 4.300 km de distância

Com galpões móveis e tetos que se abriam remotamente, operação sigilosa levou 18 meses para ser preparada e atingiu 41 aeronaves, segundo Kiev

Publicado em 1 de junho de 2025 às 19h12.

Uma das operações mais engenhosas da guerra na Ucrânia foi revelada neste fim de semana: o ataque que danificou 41 aviões russos partiu de galpões de madeira falsos transportados por caminhões até bases militares na Rússia. A ofensiva, batizada de “Teia de Aranha”, foi conduzida pela agência de segurança interna da Ucrânia, a SBU, e executada com drones escondidos em estruturas disfarçadas.

Segundo uma autoridade ucraniana ouvida pela agência Reuters sob anonimato, os galpões tinham tetos adaptados com painéis removíveis que se abriam por controle remoto. Ao chegar ao perímetro das bases, os tetos se abriam e os drones, já posicionados, eram liberados para voar.

Imagens fornecidas à agência mostram dezenas de drones quadricópteros empilhados dentro de instalações industriais, além de galpões desmontados com os dispositivos prontos para o lançamento. Ao todo, 117 drones foram usados para alcançar alvos a mais de 4.300 km da frente de combate, um raio de ação bem superior ao que os modelos disponíveis na Ucrânia alcançam por meios convencionais.

A estratégia envolveu infiltração e logística sigilosa. Todos os operativos que participaram da montagem e preparação da ação foram retirados da Rússia antes do ataque, segundo a SBU. A coordenação foi feita por uma central montada nos arredores de um escritório do FSB, o serviço de segurança da Rússia.

Bombardeiros em chamas e base na Sibéria atacada

Vídeos divulgados por canais russos no aplicativo Telegram — não verificados pela Reuters — mostram aviões em chamas na base aérea de Belaya, na região de Irkutsk, na Sibéria. A base abriga bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-22M, usados em ataques contra a Ucrânia. O governador regional confirmou uma ofensiva de drones, mas sem detalhar os danos.

Segundo comunicado da SBU no Telegram, 34% dos aviões russos usados para lançar mísseis de cruzeiro em território ucraniano foram atingidos. O prejuízo estimado pelas autoridades ucranianas é de US$ 7 bilhões.

O presidente Volodimir Zelenski afirmou que a ação foi "absolutamente brilhante" e destacou que a Ucrânia executou a operação de forma independente, após 18 meses de planejamento. A operação foi coordenada por Zelenski e pelo chefe da SBU, Vasyl Maliuk.

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