Agência de Notícias
Publicado em 24 de julho de 2025 às 18h10.
A União Europeia escalonará sua resposta aos Estados Unidos caso as negociações para evitar uma guerra tarifária não cheguem a bom termo, com um primeiro pacote de represálias que entrará em vigor em 7 de agosto e um segundo, de maior impacto, que só seria aplicado em setembro deste ano ou até mesmo em fevereiro de 2026.
É o que consta no documento com as "contramedidas" europeias no valor de 93 bilhões de euros, publicado nesta tarde no Diário Oficial da UE, após receber o aval dos Estados-membros nesta manhã, com apenas um voto contra, e que funde as duas listas preparadas pela Comissão Europeia.
Especificamente, e sempre em um cenário de ruptura das negociações, a UE imporia tarifas às importações provenientes dos Estados Unidos em resposta às sobretaxas de 50% que Washington impõe às compras de aço e alumínio.
As retaliações pelas tarifas americanas sobre automóveis, de 25%, e pelas tarifas chamadas "recíprocas" (agora de 10%, mas que passariam a 30% sem acordo), seriam atrasadas para 7 de setembro deste ano e 7 de fevereiro de 2026, dependendo do tipo de produtos.
A resposta que entraria em vigor em 7 de agosto corresponde à primeira lista proposta pela Comissão Europeia (de 21 bilhões de euros), enquanto as tarifas que entrariam em vigor em setembro ou fevereiro correspondem à segunda lista (de 72 bilhões de euros).
As "contramedidas" também proíbem, a partir de 7 de setembro, a venda para operadores dos Estados Unidos de resíduos e sucatas (ferro-velho), tanto de ferro ou aço quanto de alumínio.
Em todo caso, o Executivo comunitário continua priorizando uma solução negociada e está otimista em relação a um eventual acordo com os EUA e nesta quinta, a instituição afirmou que um pacto está "ao alcance".
"Com respeito a um acordo, um resultado, acreditamos que tal resultado está ao alcance, e estamos trabalhando com todas as nossas forças para proporcionar isso aos cidadãos, empresas e consumidores da UE", declarou hoje o porta-voz de Comércio da CE, Olof Gill, em um entrevista coletiva.
De fato, fontes diplomáticas também indicaram ontem que União Europeia e EUA estão mais perto de fechar um acordo com tarifas de 15% sobre os produtos europeus.
Gill ressaltou que contatos "intensos" em nível técnico e político entre União Europeia e Estados Unidos estão ocorrendo "diariamente".