Mundo

Venezuela denuncia que EUA retiveram barco pesqueiro por oito horas em águas venezuelanas

Chamado foi feito a milicianos, reservistas e voluntários, e envolverá atividades com armas de fogo e será realizado em mais de 300 quartéis no país

Venezuela x EUA: Maduro denuncia retenção de barco pesqueiro em meio à escalada militar no Caribe (ZURIMAR CAMPOS/Venezuelan Presidency/AFP)

Venezuela x EUA: Maduro denuncia retenção de barco pesqueiro em meio à escalada militar no Caribe (ZURIMAR CAMPOS/Venezuelan Presidency/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 13 de setembro de 2025 às 17h39.

Última atualização em 13 de setembro de 2025 às 18h53.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

A Venezuela denunciou neste sábado que uma embarcação americana manteve retido por oito horas um barco pesqueiro que navegava em águas venezuelanas, pouco depois de os Estados Unidos deslocarem oito navios de guerra para o Caribe. Na sexta-feira, "o navio venezuelano 'Carmen Rosa', tripulado por nove humildes pescadores de atum (...) foi atacado de maneira ilegal e hostil por um destróier da Marinha dos EUA, o USS Jason Dunham", informou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

A embarcação navegava "a 48 milhas náuticas a nordeste da ilha La Blanquilla, em águas pertencentes à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) venezuelana", acrescentou.

"O governo dos EUA deve cessar imediatamente sua vergonhosa perseguição militar à Venezuela e aos nossos pescadores. Já causou danos e prejuízos suficientes ao povo venezuelano com seu bloqueio econômico criminoso. A Venezuela jamais se renderá e, sob nenhuma circunstância, unida em unidade nacional, defenderá seu sagrado direito à paz", disse comunicado publicado pela vice-presidente Delcy Rodrigues.

Acirramento de tensões

Nesta semana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou reservistas, membros de milícias e voluntários para uma jornada de treinamento militar, prevista para este sábado, no momento em que seu governo alega estar diante da ameaça de uma ação armada dos Estados Unidos, que posicionaram navios e aeronaves de combate perto de sua costa, sob justificativa de agir contra o narcotráfico.

— Homens e mulheres do povo, o chamado chegará a vocês pelos canais que temos para uma fase avançada de treinamento e coesão de combate nos quartéis e unidades militares — afirmou Maduro, em evento em Caracas. — Todos os venezuelanos que se alistaram. As pessoas [devem ir] aos seus quartéis para receber treinamento e aprender nos campos de tiro para atirar em defesa da pátria.

Segundo ele, o exercício, que será realizado em 312 quartéis e unidades militares de todo o país, consistirá em treinamento para o "emprego de sistemas de armas, organização de operações, tudo o que envolve o desenvolvimento de hábitos e habilidades na implantação de operações militares durante o dia, a noite e de manhã cedo".

A convocação ocorreu um dia depois do governo anunciar o que chamou de operação militar de "resistência", denominada "Independência 200", que envolve militares e milicianos, organizados em 284 frentes de batalha, com o objetivo de "garantir a independência do país".

O acirramento do discurso militar em Caracas — que também envolveu um chamado ao alistamento em milícias armadas, atendido, segundo o governo, por milhões de pessoas — coincide com o posicionamento de oito navios de guerra dos Estados Unidos perto da costa da Venezuela, além do envio de aeronaves de combate para a região do Caribe.

Oficialmente, Washington afirma que se trata de uma ação voltada aos cartéis do tráfico, e o regime controlado por Maduro vê uma ameaça direta ao seu poder, uma vez que o presidente é acusado de comandar a organização criminosa conhecida como Cartel dos Sóis. O governo americano também nega, em público, que busque uma mudança no comando do país, ao menos neste momento.

— Esses mares, essa terra, esses bairros, essas montanhas, essas imensidões e as riquezas dessas terras pertencem ao povo da Venezuela, nunca pertencerão ao Império Americano, nunca, jamais — disse Maduro em uma comunidade localizada entre Caracas e a cidade costeira de La Guaira, na quinta-feira.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Ucrânia bombardeia importante refinaria de petróleo na Rússia, afirma Moscou

Rússia reivindica captura de localidade em região do centro-leste da Ucrânia

Romênia afirma que drone violou seu espaço aéreo durante ataques russos contra a Ucrânia

Dois acidentes de barco deixam ao menos 193 mortos e dezenas de desaparecidos no Congo