Agência de Notícias
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 08h34.
O presidente da China, Xi Jinping, se reunirá com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, para "trocar pontos de vista aprofundados" sobre os laços entre os dois países e tratar de "questões de interesse mútuo".
Durante a coletiva de imprensa diária, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, confirmou o encontro, embora não tenha especificado quando acontecerá. A reunião pode ocorrer ainda hoje, já que o líder norte-coreano viajou esta semana para a capital chinesa.
Tanto a visita de Kim para assistir ao desfile militar desta quarta-feira, em comemoração ao 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, quanto a reunião com Xi "são de grande importância", ressaltou o porta-voz, citado pela imprensa local.
"A China está disposta a trabalhar com a Coreia do Norte para reforçar a comunicação estratégica, intensificar os intercâmbios e a cooperação, aprofundar a troca de experiência sobre o governo estatal e promover o desenvolvimento contínuo de suas respectivas causas socialistas e das tradicionais relações de amizade e cooperação entre a China e a Coreia do Norte", acrescentou Guo.
Kim Jong-un embarcou na segunda-feira em uma viagem de quase um dia a bordo de seu trem especial para assistir ao desfile militar que ocorreu na quarta-feira na Praça da Paz Celestial, em sua estreia em um evento multilateral de líderes.
O líder norte-coreano assistiu ao desfile sentado à esquerda de Xi, que tinha o presidente russo, Vladimir Putin, à sua direita, em uma imagem de grande carga simbólica que marcou a primeira vez em 66 anos que os três líderes de China, Rússia e Coreia do Norte apareceram juntos em público.
O gesto de Xi ao colocar Kim ao seu lado pode indicar que está disposto a aceitar a nova aliança entre Pyongyang e Moscou, que inclui cooperação armamentista e um acordo de apoio militar em caso de agressão.
A presença de Kim em Pequim também foi interpretada como uma tentativa de restabelecer a sintonia com a China, após as tensões decorrentes da cooperação militar de Pyongyang com Moscou no conflito da Ucrânia.
Além disso, o líder norte-coreano viajou para a China acompanhado de sua filha, cuja aparição em atos oficiais alimentou as especulações sobre uma eventual sucessão.