Mundo

Zelensky e líderes europeus conversam com Trump antes de cúpula com Putin

As tropas russas continuam os ataques contra a Ucrânia, enquanto as exigências de Moscou dificultam um acordo de paz

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 12h53.

Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 13h03.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e vários líderes europeus conversarão com Donald Trump nesta quarta-feira (13), por videoconferência, para tentar convencer o presidente dos Estados Unidos a defender os interesses da Ucrânia durante o encontro de sexta-feira (15) com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca.

Os europeus, com os quais Trump também se comprometeu a conversar após a reunião com Putin, fazem todo o possível para evitar que o encontro tenha um resultado desfavorável para a Ucrânia, após três anos e meio de conflito. O chefe de Governo da Alemanha, Friedrich Merz, convidou Trump e seu vice-presidente JD Vance para uma reunião com Zelensky, além dos líderes da França, Reino Unido, Itália, Polônia e Finlândia.

Os encontros abordarão os meios para "exercer pressão sobre a Rússia", a preparação de possíveis negociações de paz e questões relativas às reivindicações territoriais e às garantias de segurança, conforme o governo da Alemanha. O vice-porta-voz diplomático russo, Alexey Fadeev, por sua vez, afirmou que as consultas organizadas pelos europeus são "praticamente insignificantes", acusando a União Europeia de "sabotar" os esforços russos e americanos para acabar com o conflito.

Zelensky desembarcou em Berlim para participar das reuniões ao lado do governante alemão, como indicou uma fonte do governo germânico. Durante o evento, o presidente ucraniano afirmou a necessidade de pressionar a Rússia para conseguir uma "paz justa", e que os países aliados devem trabalhar para evitar o "engano" russo. Ele também descartou uma retirada do leste da Ucrânia em um possível acordo de paz.

Expectativas de Trump

Trump, que não revelou suas expectativas para a reunião com Putin, afirmou que pretendia "sondar o terreno" e considerou "muito respeitoso" que Putin viaje ao território americano. A porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, destacou que o objetivo da reunião seria um "exercício de escuta", para que Trump saísse do Alasca com uma melhor compreensão de como acabar com a guerra. Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu solucionar a guerra em "24 horas".

Enquanto isso, no campo de batalha, as tropas russas lançaram nesta quarta-feira uma nova onda de ataques contra a Ucrânia, incluindo o lançamento de 49 drones e dois mísseis balísticos. Os ataques resultaram em pelo menos três mortos na região de Kherson, no sul do país, conforme as autoridades ucranianas. A intensidade dos bombardeios diminuiu desde o anúncio do encontro de cúpula no Alasca.

A Rússia exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e desista do projeto de adesão à OTAN. Para a Ucrânia, essas exigências são inaceitáveis, já que o país exige a retirada das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais, o que Moscou não aceita.

Acompanhe tudo sobre:RússiaUcrâniaDonald TrumpVladimir PutinVolodymyr-ZelenskyGuerras

Mais de Mundo

Alemanha, França e Reino Unido ameaçam retomar sanções contra o Irã

EUA usam rastreadores em remessas de chips de IA para evitar desvios à China, diz agência

Portugal deixa de publicar concessão de igualdade de direitos aos brasileiros

Argentina aposta em 11 mercados de Américas e Europa para atrair turistas estrangeiros