Beleza e impacto: Grupo L’Oréal gerou R$ 19,5 bi em vendas e 43 mil empregos no Brasil em 2023 (L'oréal/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 18 de julho de 2025 às 10h29.
Da rotina diante do espelho aos serviços prestados em salões, barbearias e consultórios, poucos hábitos estão tão presentes no cotidiano dos brasileiros quanto o cuidado com a aparência e o bem-estar. Mas o setor da beleza vai muito além do consumo: movimenta a economia, gera emprego, estimula a inovação e promove inclusão social em todo o país.
O impacto da companhia líder mundial do setor foi medido por um estudo da consultoria francesa Asterès. Encomendada pelo Grupo L’Oréal, a pesquisa revelou que, em 2023, a operação da companhia no Brasil gerou R$ 19,5 bilhões em vendas diretas e indiretas, sustentando mais de 43 mil empregos em sua cadeia produtiva. Desse total, cerca de 3 mil são vínculos diretos com a empresa — os demais decorrem do chamado efeito multiplicador, estimado em 14 empregos indiretos para cada posto formal na companhia.
“O setor de beleza e cuidados pessoais é forte e resiliente, especialmente no Brasil. Toda a nossa diversidade nos torna um país único. É por meio dessa pluralidade que desenvolvemos um modelo único de negócios que não apenas valoriza a diversidade por meio das nossas inovações, como contribui para quebrar barreiras de inclusão social, seja por meio da representatividade, seja pela inclusão produtiva”, afirma Patrick Sabatier, diretor de Relações Corporativas e Engajamento do Grupo L’Oréal no Brasil.
Quarto maior mercado do mundo em beleza e responsável por mais de 40% do setor na América Latina, o Brasil tem papel estratégico na operação global do Grupo L’Oréal. O país é um dos sete hubs mundiais de pesquisa e inovação da companhia — posição conquistada, entre outros fatores, pela pluralidade de sua população.
A diversidade brasileira é um diferencial: dos 66 tons de pele mapeados pela indústria global, 55 estão presentes no Brasil, além dos oito tipos de cabelo catalogados. Essa riqueza biológica e cultural faz do país um verdadeiro “laboratório a céu aberto” para o desenvolvimento de produtos, fórmulas e tecnologias que, muitas vezes, são exportados para o resto do mundo.
“Nós aliamos tecnologia à diversidade local para trazer o melhor da ciência nas nossas inovações. Usamos o Brasil como fonte de aprendizado e criação para soluções de beleza cada vez mais inclusivas”, afirma Sabatier.
A relevância econômica do setor também se reflete na base da pirâmide. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), a indústria gerou mais de 7 milhões de empregos em todo o país, em manufatura, varejo e serviços. Em muitas regiões, o setor é porta de entrada para a formalização de novos profissionais — especialmente mulheres.
Esse dinamismo é sustentado por uma estrutura robusta: no Brasil, o Grupo L’Oréal opera quatro unidades principais — a sede administrativa e o centro de pesquisa e inovação no Rio de Janeiro, e a fábrica e o centro de distribuição em São Paulo. Apenas a unidade fabril paulista produziu mais de 400 milhões de itens no último ano, abastecendo o mercado interno e impulsionando uma ampla rede de fornecedores, distribuidores, transportadores e profissionais autônomos.
O protagonismo da empresa vai além da indústria. Desde 2020, os programas sociais das marcas do Grupo já impactaram mais de 240 mil pessoas no Brasil, especialmente mulheres em situação de vulnerabilidade social — com foco em promover conscientização e empoderamento, prevenir a violência e oferecer suporte às vítimas. Um dos exemplos mais visíveis é o programa StandUp, desenvolvido pela marca L’Oréal Paris, de combate ao assédio nas ruas.
Entre outras iniciativas de destaque está o projeto Escolas de Beleza, que formou 3,6 mil mulheres em serviços como corte, coloração e manicure. Já o Formare, realizado em parceria com a Fundação Iochpe, oferece formação técnica a jovens na indústria da beleza — com 180 estudantes formados e 80% de contratação na fábrica.
Em 2023, o projeto Geração PRO, em colaboração com o Senac-DF, qualificou 360 jovens entre 16 e 35 anos em cursos de cabeleireiro. Já o Maré de Belezas, em parceria com a organização Redes da Maré, capacitou mais de 500 mulheres da favela da Maré, no Rio de Janeiro, na função de auxiliar de cabeleireiro.
Todas essas ações fazem parte do plano ESG global da empresa, o L’Oréal Para o Futuro, que estabelece metas de impacto ambiental e social.
Durante muito tempo, a indústria da beleza foi até vista como supérflua. Mas os dados e iniciativas mostram o contrário: trata-se de um setor essencial e estruturante, com impacto profundo na vida das pessoas e na economia.
“A beleza está presente em todos os momentos da história da humanidade, como forma de cuidado, linguagem, resistência e identidade”, resume Patrick Sabatier. No Brasil, ela também é um caminho de oportunidade, ciência e transformação.