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AB InBev vê oportunidades na Ásia, descarta África

Continente conta com populações numerosas, com poder aquisitivo crescente e oportunidades de negócio ainda não exploradas pelo segmento de cervejas e bebidas


	AB InBev: empresa já conta com forte posicionamento no mercado chinês
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

AB InBev: empresa já conta com forte posicionamento no mercado chinês (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 15h03.

Rio de Janeiro - A Anheuser-Busch InBev vê no mercado asiático uma excelente via de expansão para seus negócios nos próximos anos, disse o presidente-executivo da maior fabricante de cervejas do mundo, Carlos Brito.

Segundo o executivo brasileiro, o continente conta com populações numerosas, com poder aquisitivo crescente e oportunidades de negócio ainda não exploradas pelo segmento de cervejas e bebidas.

"Na Ásia tem muito a se fazer, oportunidades com retorno interessante", afirmou Brito nesta sexta-feira, em evento da Agência Rio Negócios.

Atualmente, a empresa já conta com forte posicionamento no mercado chinês, onde possui 40 fábricas e 35 mil funcionários, segundo Brito.

Ele acrescentou que a companhia está entre as cinco maiores cervejarias da China, sendo a única sem ligação ou participação do governo chinês. Brito destacou que a empresa já tem negócios com potencial de crescimento em mercados como Vietnã, Índia, Hong Kong, Japão e Austrália.

Em meio a rumores de que a AB InBev estaria interessada na aquisição da rival SabMiller, o que aumentaria sua presença na Ásia e África, Brito descartou uma investida no continente africano.

Segundo ele, trata-se de um mercado pequeno, já dominado por cervejarias locais e com o consumo concentrado em poucos países.

"São 55 países, cinco a seis deles representam 80 por cento do negócio. Há países islâmicos também, onde não poderíamos vender nada", disse.

"Nossa cultura está focada em América Latina e Ásia. O que tem para crescer lá (na África) não vale a pena abrir outra frente." Dentre os 25 países onde a AB InBev atua, Brasil, China e México são os que mais exigem investimentos, afirmou Brito. A companhia controla a brasileira Ambev.

O executivo mostrou otimismo com a capacidade de expansão do mercado de bebidas no Brasil, mas cobrou estabilidade de regras para que os empresários continuem seus investimentos no país. Em maio, o governo suspendeu por três meses a entrada em vigor do aumento da carga tributária sobre bebidas frias, marcada para 1o de junho. Anunciado em abril, o ajuste havia despertado fortes críticas de representantes do setor.

"Negócio para investir precisa de estabilidade de regras. Algumas regras foram e voltaram nesses últimos dois anos, impostos, subsídios. Isso atrapalha um pouquinho", afirmou Brito.

Ele reiterou que a cerveja mexicana Corona virá para o Brasil depois da Copa do Mundo, posicionada no segmento premium. O movimento já havia sido divulgado pela controlada Ambev no fim de fevereiro.

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