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Aumento da taxa de juros não chegará a cliente, diz Bradesco

Moacir Nachbar, diretor do banco, acredita que a medida foi "bem pensada". Empresa divulgou hoje seu balanço trimestral. Lucro líquido chegou a R$ 11,3 bilhões


	Bradesco: lucro trimestral do banco cresceu 24,7% em relação ao mesmo período de 2013
 (Adriano Machado/Bloomberg News)

Bradesco: lucro trimestral do banco cresceu 24,7% em relação ao mesmo período de 2013 (Adriano Machado/Bloomberg News)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 17h58.

São Paulo - O aumento da taxa básica de juros (Selic) de 11% para 11,25% ao ano, anunciado ontem , não deve chegar aos clientes do Bradesco. Pelo menos não a curto prazo.

Nesta quinta-feira, em coletiva para divulgar o balanço trimestral do banco, Moacir Nachbar, diretor executivo da empresa, disse que não acredita que o consumidor final terá algum impacto importante no crédito. Segundo ele, "a princípio, não haverá repasses", principalmente por conta da alta competividade do mercado.

A alta da Selic é vista com bons olhos pelo Bradesco. "A ação do Banco Central traz um sinal de confiança para o mercado de que as ações necessárias [para retomar o crescimento da economia] estão no caminho adequado", disse Nachbar, que ainda classificou a medida como "muito bem pensada".

Resultados

O Bradesco registrou, até setembro, um lucro líquido de R$ 11,2 bilhões, um crescimento de 24,7% comparado ao mesmo período de 2013. No terceiro trimestre, o lucro chegou a R$ 3,9 bilhões, valor 3,8% maior do que o obtido trimestre anterior.

A carteira de crédito expandida atingiu R$ 444 bilhões, uma evolução de 7,7% nos últimos 12 meses. A carteira que mais cresceu foi a de financiamento imobiliário, com 33% de variação em um ano. Isso se deu principalmente por conta do aumento da demanda, que provocou a maior abertura de linhas de crédito, segundo o banco.

A taxa de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,6% em setembro, apresentando um pequeno aumento no caso de pequenas e médias empresas. A curva do início do ano para cá, entretanto, é estável e não apresenta tendência de mudança, segundo o banco. A expectativa é de que a taxa varie 0,1% para cima ou para baixo, no ano.

O índice de eficiência operacional do banco (que mede o quanto ele gasta para gerar receita e, portanto, deve ser o menor possível) ficou em 39%, o melhor nível da história.

A margem de juros (que cresceu 10,5% em relação ao terceiro trimestre de 2013 e chegou a R$ 12,2 bilhões no trimestre), o aumento do portfólio de produtos e serviços e o investimento em pontos de atendimento contribuíram para essa eficiência, segundo a empresa.

A receita de serviços (relativa às rendas de cartão conta corrente, operações de crédito etc) cresceu 11,6% nos últimos 12 meses. Isso se deve ao aumento da base de clientes e do volume de operações e também do investimento em canais de atendimento diversificados, de acordo com o banco.

Seguros

O lucro da Bradesco Seguros chegou a R$ 3,1 milhões no trimestre, um crescimento de 15% nos últimos 12 meses. Dentro desse universo, o melhor resultado foi registrado nos seguros de automóveis, que cresceram 30,9 % em um ano, principalmente por conta do aumento da frota no país.

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