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Brasil é o país mais rápido e barato para abrir uma empresa, diz estudo

Ao todo, 21 países (sendo 16 da América Latina, dois do Caribe e três da Europa) foram analisados no Índice da Burocracia

Burocracia brasileira: principal barreira continua sendo a complexidade tributária e trabalhista

Burocracia brasileira: principal barreira continua sendo a complexidade tributária e trabalhista

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 10h10.

Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 12h34.

O Brasil é o país com o menor tempo e um dos menores custos para abrir uma empresa em 2025, segundo o Índice da Burocracia, um estudo internacional conduzido pelo Adam Smith Center for Economic Freedom da Florida International University.

A média brasileira é de 283,92 horas — ou cerca de 35 dias úteis — para abrir uma empresa de médio porte, enquanto a média geral da pesquisa foi de 1.850 horas, o equivalente a oito meses de trabalho dedicado apenas ao cumprimento de processos administrativos.

A posição brasileira no ranking se deve à combinação da digitalização parcial e à Lei de Liberdade Econômica, que reduziu exigências para atividades de baixo risco. Com isso, o país se destaca em todos os setores analisados — da pecuária à construção.

Ao todo, 21 países (sendo 16 da América Latina, dois do Caribe e três da Europa) foram analisados.

Eficiência em todos os setores

A rapidez para se abrir uma empresa no Brasil foi consistente em todos os setores econômicos analisados:

  • No setor primário, ligado à pecuária, o país empata com Portugal na liderança, com 289 horas;
  • Na construção civil, setor secundário, o tempo cai para 216 horas, o menor entre os países avaliados;
  • No setor imobiliário, o Brasil fica em segundo lugar, com 309 horas — atrás apenas de Portugal.

Baixo custo também é destaque

Além da agilidade, o Brasil se destaca pelo baixo custo financeiro necessário para a abertura de uma empresa. O estudo estima o gasto em cerca de US$ 400 (R$ 2.10 na cotação atual), um dos menores valores entre os países analisados. Esse custo reduzido está ligado à baixa carga burocrática inicial e ao salário mínimo relativamente baixo, quando comparado a outras economias da amostra.

Burocracia na operação ainda é um entrave

Apesar dos bons indicadores iniciais, o cenário muda quando se analisa a manutenção legal de uma empresa no Brasil. Empresas brasileiras gastam, em média, 1.039 horas por ano (130 dias úteis) com tarefas burocráticas rotineiras, número abaixo da média da amostra (1.577 horas), mas ainda considerado alto para padrões internacionais.

A principal barreira continua sendo a complexidade tributária e trabalhista. Entre os setores mais afetados está o da construção civil, onde a alta rotatividade de pessoal e a multiplicidade de impostos elevam os custos operacionais. Os dados indicam 1.020 horas por ano só com gestão de emprego e 1.615 horas por ano para lidar com tributos, principalmente os de natureza estadual e corporativa. Os valores representam 128 e 202 dias úteis, respectivamente.

O estudo mostra que abrir uma empresa no Brasil é, hoje, mais fácil do que mantê-la operando dentro da legalidade. Mesmo com avanços regulatórios recentes, a complexidade fiscal ainda impede as PMEs brasileiras de operar sem burocracias.

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