Negócios

Desmatamento na Amazônia estabiliza às vésperas da COP26

Em setembro, destruição da floresta somou 985 km2. A estabilidade do desmatamento nos meses de agosto e setembro é suficiente para melhorar a imagem do Brasil?

Floresta Amazônica (Leo Correa/Glow Media/AP)

Floresta Amazônica (Leo Correa/Glow Media/AP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 15h12.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h08.

Talita Assis

Em setembro os números do desmatamento na Amazônia seguiram estáveis em relação a agosto. São 985 km2 identificados pelo sistema Deter/Inpe em setembro, número também muito próximo da média histórica para o mês, que é de 852 km2.

Os valores de incêndios florestais também ficaram abaixo da média histórica para o período. Foram 1.240 km2 de cicatrizes de incêndio na Amazônia, identificados pelo mesmo sistema. A média histórica é de 5.246 km2, impulsionada principalmente pelos valores alarmantes de 2020.

O número de focos de incêndio, embora tenha apresentado uma queda de 40% em relação a agosto, permaneceu elevado. Foram 16.700 focos, sendo que 57% deles ocorreram em áreas recém desmatadas.

Desmatamento na Amazônia e o Brasil na COP26

Às vésperas da COP26, esses números ainda não são suficientes para melhorar a imagem do Brasil com relação à proteção da Amazônia. Ainda que o país tenha alterado a sua linha de base para acompanhamento da redução das emissões e com isso ficado mais próximo de atingir as metas assumidas no Acordo de Paris, o país experimentou elevadas taxas de desmatamento da Amazônia ao longo dos últimos anos.

O compromisso de zerar o desmatamento ilegal também é um compromisso que está distante de ser cumprido. Grande parte do desmatamento segue acontecendo em áreas de florestas públicas não destinadas, fato que os especialistas atribuem principalmente ao processo de grilagem. As terras Yanomami e Munduruku também tem sofrido com a invasão de suas terras por garimpeiros, processo ilegal e que coloca sob grande ameaça estes povos.

O Brasil espera com expectativa as definições da COP26, especialmente com a possibilidade da regulamentação do mercado de carbono e de investimentos que auxiliem o país na proteção da Floresta Amazônica. No entanto, para que possa colher bons frutos das negociações em Glasgow o país precisa conseguir reverter a imagem de fomento à destruição da floresta que vem sendo construída nos últimos anos.

Os municípios que mais desmataram em setembro de 2021

mapa desmatamento

Mapa (Exame/Exame)

O mês de setembro trouxe novidades em relação aos municípios que mais desmataram. Portel, no Pará e Candeias do Jamari, em Rondônia apareceram pela primeira vez nos destaques. Além deles, Lábrea (AM), Porto Velho (RO) e São Felix do Xingu (PA) completaram a lista. No entanto, o desmatamento nestes municípios compõe apenas 28% do total identificado no mês, estando o restante distribuídos principalmente nos municípios do Pará, Rondônia e sul do Amazonas.

tabela municipios

(exame/Exame)

  • Ouça o podcast ESG de A a Z e fique por dentro de tudo que acontece no capitalismo de stakeholder

 

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaDesmatamentoCOP26

Mais de Negócios

Netflix anuncia saída de Eunice Kim, chefe de produto da plataforma

'Governos mudam a cada 4 anos. Nós estamos aqui há 100', diz CEO da Stihl sobre tarifaço de Trump

Alternativa à B3 promete menos custo, mais facilidade e até um reality show para PMEs

Como a CEO da Oracle, Safra Catz, ganha R$ 2 bilhões em 24 horas