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Esta agência parou de priorizar a publicidade e hoje mira R$ 90 milhões em receita

A carioca Curta Digital ampliou as verticais de receita e passou a ser uma holding 360° para criadores de conteúdo

Vitor Rabello, Lívia de Paula, Pedro Gelli e Lucas Continentino, sócios da Curta Digital

Vitor Rabello, Lívia de Paula, Pedro Gelli e Lucas Continentino, sócios da Curta Digital

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 26 de maio de 2025 às 14h19.

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No mercado de marketing de influência, a profissionalização ainda enfrenta resistência, enquanto a demanda por formatos integrados cresce aceleradamente. Agências que atuam apenas com publicidade digital enfrentam o desafio de diversificar receita e ampliar serviços para atender influenciadores em múltiplas frentes.

A Curta Digital, agência carioca fundada em 2021, encontrou uma saída ao se posicionar como uma holding 360° para criadores de conteúdo. Com atuação que vai da publicidade ao licenciamento de produtos, passando por produção de infoprodutos e dublagem internacional, a Curta se tornou referência no mercado nacional.

A empresa saltou de R$ 3,1 milhões de receita em 2022 para R$ 5,8 milhões em 2023. Este avanço garantiu o 51° lugar no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, na faixa de faturamento entre 5 e 30 milhões.

Desde então, a holding acelerou ainda mais, chegando a R$ 33 milhões em 2024 — um crescimento de 964,5% em dois anos — e mirando R$ 90 milhões em 2025. O resultado acelerado foi graças ao reposicionamento do negócio, que permitiu ampliar as verticais de receita.

“O mercado de influência muda rápido, e só quem se adapta consegue crescer com ele. Hoje não basta fazer publicidade. É preciso criar produtos, serviços e modelos novos para que o influenciador realmente monetize sua audiência de forma completa”, afirma Vitor Rabello, um dos sócios e responsável pela administração da empresa.

De agência tradicional a holding 360°

A Curta Digital nasceu em 2021, no Rio de Janeiro, da união de três sócios com perfis distintos e complementares: Vitor Rabello, que atuava no mercado financeiro desde 2016, decidiu migrar para o universo da publicidade digital; Pedro Gelli, influenciador e criador de conteúdo, trazia experiência prática e entendimento profundo da relação entre creators e audiência; Lucas Continentino, por sua vez, já tinha trajetória consolidada em publicidade.

O trio percebeu que o mercado brasileiro ainda carecia de profissionalização na publicidade para influenciadores digitais. “No começo, a Curta era só uma agência focada em publicidade, tentando organizar esse setor que estava muito fragmentado e pouco estruturado”, explica Rabello.

Com o tempo, a empresa ampliou seu escopo para além da publicidade tradicional. “Hoje, quase metade do faturamento vem de outras áreas, como licenciamento de produtos, produção de infoprodutos e até dublagem de conteúdo internacional”, detalha Pedro Gelli.

Cases que aceleram a expansão

Entre os clientes da Curta estão grandes influenciadores do universo gamer, como Problems, Athos e Cadres, que vendem mais de 500 mil produtos licenciados e alcançam audiência internacional.

Outro destaque é Emilly Vick, considerada uma das maiores youtubers do Brasil, que soma mais de um bilhão de visualizações mensais e tem linhas de produtos em desenvolvimento.

“A Curta cria um ecossistema que transforma a audiência em negócio real. Isso é o que diferencia no mercado atual”, explica Lucas Continentino, que cuida da relação com marcas e estratégias de publicidade.

A agência trabalha com grandes marcas como Asics e vem investindo em curadoria e contratação de influenciadores fora do seu casting próprio.

A Curta observa ainda o fortalecimento das comunidades de consumo, onde influenciadores ganham poder de indicação e recomendação. “Estamos atentos às tendências globais, como o modelo chinês de comunidades, para trazer inovação ao Brasil”, afirma Rabello.

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