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Eles transformaram um problema num negócio de R$ 400 milhões de fornos para restaurantes

Empresa criada no sul de Minas Gerais há 34 anos se tornou referência na exportação de fornos e outras máquinas para restaurantes

Luiz Eduardo e André Rezende, fundadores da Prática  (Prática/Divulgação)

Luiz Eduardo e André Rezende, fundadores da Prática (Prática/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 31 de maio de 2025 às 08h49.

O que começou com a conta de luz alta em uma padaria de Minas Gerais acabou criando umnegócio que fatura 400 milhões de reais com operação em mais de 50 países.

Fundada por André e Luiz Eduardo Rezende, a Prática se consolidou no mercado global de equipamentos para food service com unidades nos Estados Unidos, Alemanha e Chile. A projeção para 2025 é chegar a 480 milhões de reais.

“Nosso objetivo é transformar a experiência do consumidor com algo inédito no Brasil”, afirma André Rezende.

Da padaria à indústria: o problema virou negócio

O ponto de partida foi a necessidade de reduzir o custo de energia na padaria da família. Nos anos 1980, os altos custos pesavam no caixa e indicavam a urgência de uma solução. A Prática surgiu em 1991, em Pouso Alegre, município no sul de Minas Gerais, começando pela fabricação de prateleiras e evoluindo para fornos a partir de 1994.

A entrada de Luiz Eduardo em 1999 foi fundamental para profissionalizar a gestão e organizar a operação industrial. André atua como estrategista, cuidando do posicionamento e expansão internacional, enquanto Luiz Eduardo gerencia a operação diária e a produção.

“Empreender em família é um desafio e, ao mesmo tempo, um privilégio. Evitamos conflito porque colocamos o sucesso da empresa acima dos interesses individuais,” afirma André Rezende.

O foco permaneceu no desenvolvimento de equipamentos que consumissem menos energia e aumentassem a produtividade em padarias, cozinhas industriais e restaurantes.

Durante o apagão de 2001, a empresa reagiu rapidamente, lançando um forno a gás e, em seguida, um forno bi energético, que evitava o uso de energia nos horários de pico. Essa inovação virou referência e gerou parcerias com concessionárias como CEMIG, Light e CPFL.

A internacionalização começou em 2003. Em 2015, a Prática inaugurou filial em Dallas, nos Estados Unidos. Em 2023, abriu operação no Chile e, em 2024, instalou unidade na Alemanha.

No Brasil, a criação de uma rede de concessionárias em nove cidades reforçou a estratégia de proximidade com o cliente, oferecendo suporte técnico e experiência prática com os equipamentos.

O portfólio atual é dominado por fornos combinados, fornos turbo para panificação e ultracongeladores com função de aquecimento — inovação recente que tem ganhado mercado.

"A proposta não é vender apenas máquinas, mas soluções que reduzem custos operacionais e minimizam desperdícios", diz o CEO.

Expansão e estratégia comercial

O faturamento de 400 milhões de reais em 2024 e a projeção de crescimento de 20% para 2025 refletem a aposta em lançamentos, maior penetração internacional e fortalecimento da rede comercial e industrial.

No Brasil, a empresa opera com representantes, distribuidores, concessionárias e canais digitais. Internacionalmente, conta com mais de 40 distribuidores e subsidiárias em três continentes.

Investimentos em desenvolvimento tecnológico e capacitação técnica sustentam a inovação contínua necessária para competir em mercados globais, onde as expectativas aumentam e a concorrência cresce.

A transformação da empresa que nasceu na cozinha da família para um player global evidencia a capacidade de adaptação.

O sucesso da Prática daqui pra frente depende da capacidade de crescer sem perder controle operacional, manter qualidade e proximidade com o cliente, tudo isso alinhado a redução de desperdício.

"Manter qualidade, suporte técnico e adaptação do produto para diferentes mercados são desafios constantes diante da demanda crescente por eficiência e sustentabilidade", diz Rezende.

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