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Em oito anos, rede de açaí chegou a 900 lojas. O próximo passo: dominar shoppings e faturar R$ 1 bi

A The Best Açaí saiu de uma única loja em Londrina com investimento de R$ 15 mil e agora mira R$ 1 bilhão com expansão em quiosques nos shoppings

Mateus Queiroz, Mateus Bragatto e Sérgio Kendy, fundadores da The Best Açaí

Mateus Queiroz, Mateus Bragatto e Sérgio Kendy, fundadores da The Best Açaí

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de maio de 2025 às 14h34.

Última atualização em 26 de maio de 2025 às 16h03.

A rede The Best Açaí quer ocupar os corredores dos principais shoppings do Brasil. Depois de abrir centenas de lojas nos últimos anos, a rede inaugurou seu primeiro quiosque no Shopping Aurora em Londrina. A expectativa é abir de 300 a 500 unidades nos próximos anos.

Com faturamento de 779 milhões de reais em 2024 e mais de 900 unidades comercializadas só no último ano (das quais 697 estão em operação), a rede entra em 2025 com a meta de ultrapassar a marca de 1,1 bilhão de reais em receita e atingir 1.000 lojas. O salto se dará em boa parte pela entrada de centenas de novas lojas no mercado.

O modelo de quiosque foi criado para ampliar a presença da marca em ambientes de alto fluxo, como shoppings e centros comerciais, com um investimento inicial mais baixo e operação otimizada.

“Queremos colocar pelo menos um quiosque em cada um dos principais shoppings do país. Já mapeamos cerca de 300 centros comerciais com esse perfil”, afirma Sérgio Kendy, CEO do Grupo The Best.

Como a empresa surgiu

A The Best Açaí nasceu em 2017, em Londrina, com um investimento de 15 mil reais. A marca foi criada por três jovens engenheiros recém-formados: Mateus Bragatto, Mateus Queiroz e Sérgio Kendy.

Longe dos canteiros de obras, o trio decidiu aplicar seus conhecimentos em processos e eficiência em um novo terreno: o mercado de alimentação. A primeira loja funcionava perto da universidade onde estudavam e oferecia açaí em modelo self-service.

O crescimento acelerado trouxe desafios. A principal dor estava na padronização dos produtos. Para resolver o problema, o grupo criou em 2020 a Amadelli, uma fábrica própria responsável pela produção de açaís, sorvetes e recheios. Hoje, a estrutura tem 12.000 m² operacionais, frota com 60 caminhões próprios e abastece todas as lojas da rede no Brasil e no exterior.

“Sem controle de produção, não teríamos como crescer nesse ritmo. A Amadelli é o centro da nossa estratégia de escala”, afirma Kendy. A fábrica também desenvolve sabores, acompanha tendências e garante que a experiência nas lojas, quiosques e futuras unidades internacionais mantenha o mesmo padrão.

Criada para garantir a padronização e a inovação dos produtos vendidos na rede de franquias, a indústria viu sua receita líquida operacional saltar 180,66% em 2024, passando de 34 milhões para 95,6 milhões de reais. Esse desempenho garantiu à empresa a sétima colocação no ranking Negócios em Expansão 2024, na categoria de 30 a 150 milhões de reais.

Além da Amadelli, o grupo criou as marcas AmaFruta e Amadelli Alimentos, ampliando o portfólio e fortalecendo sua verticalização. Essa estrutura integrada é uma das chaves para a consistência dos produtos da rede e para a viabilidade dos novos formatos, como os quiosques.

Como funciona o novo modelo

Os quiosques operam com um investimento inicial estimado de 150 mil reais e foram projetados com foco em menor custo de implementação e maior rotatividade. O modelo inclui totens de autoatendimento desenvolvidos internamente pela marca, o que reduz a necessidade de funcionários e aumenta a eficiência da operação. O faturamento mensal projetado é de 60 mil reais, com prazo de retorno entre 16 e 20 meses.

O modelo de negócio segue o mesmo: o consumidor monta seu copo com até 16 opções entre açaí, sorvetes, cremes, frutas e acompanhamentos. "Nossa proposta segue sendo a mesma: liberdade de escolha com controle de qualidade. A diferença agora é a praticidade do ponto e o novo perfil de consumo que buscamos atender", explica Kendy.

O foco inicial da expansão dos quiosques está nos franqueados que já fazem parte da rede e atuam em cidades onde há shoppings mapeados como prioritários. Isso permite sinergia com estoques, gestão e operação local. Mas a porta também estará aberta para novos investidores, especialmente aqueles que buscam uma operação mais enxuta.

“O quiosque foi desenhado para ser uma alternativa de entrada com menor risco, mais simples de operar e com potencial de alta rotatividade. É ideal para quem busca um modelo de negócio com retorno rápido e gestão mais direta”, afirma Kendy.

Segundo ele, o formato atrai perfis diversos — desde franqueados da rede que querem ampliar atuação até investidores de primeira viagem que procuram um negócio de fácil replicação.

Mesmo com o apelo de custo menor, o executivo reforça que o modelo foi pensado para manter os padrões da rede. “Não é um quiosque qualquer. A estrutura, a tecnologia de atendimento e o produto seguem os mesmos padrões que nos fizeram crescer”, afirma.

Por que a marca aposta em shoppings agora

Até então, a The Best Açaí ainda não operava dentro de shoppings. A decisão de entrar nesse canal surgiu da necessidade de expandir a marca para locais com maior densidade urbana e presença diária de consumidores, como trabalhadores, estudantes e famílias.

“O quiosque nos permite entregar o nosso produto em situações novas: almoço no meio do expediente, pós-treino ou até como uma refeição rápida durante o dia. É mais que uma sobremesa”, diz Kendy.

A escolha de Londrina como local do piloto foi estratégica. A cidade é sede do grupo, o que permite testar o modelo com mais agilidade, monitorar o desempenho e ajustar processos antes de escalar nacionalmente. “Começar por aqui nos permite acompanhar de perto a operação e acelerar a curva de aprendizado”, afirma o CEO.

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