Negócios

JBS terá empresa listada na Bolsa de NY e sede na Irlanda

Batizada de JBS Foods International, nova companhia vai incorporar os negócios do JBS S/A no exterior e a Seara


	JBS: batizada de JBS Foods International, nova companhia vai incorporar os negócios do JBS S/A no exterior e a Seara.
 (John Blake)

JBS: batizada de JBS Foods International, nova companhia vai incorporar os negócios do JBS S/A no exterior e a Seara. (John Blake)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 09h42.

São Paulo - O frigorífico JBS propôs na quarta-feira, 11, uma reestruturação societária que prevê a criação de uma nova empresa com sede na Irlanda e listada na bolsa de valores de Nova York.

Batizada de JBS Foods International, a companhia vai incorporar os negócios do JBS S/A no exterior e a Seara Alimentos.

As unidades de carne bovina no Brasil, biodiesel, colágeno, a transportadora do grupo e a divisão global de couros permanecem sob a estrutura do JBS S/A, que passará a se chamar JBS Brasil.

Na nova estrutura, a JBS Foods International vai incorporar negócios com faturamento de cerca de US$ 35 bilhões, como o frigorífico irlandês Moy Park e americana Pilgrim's Pride. Já a JBS Brasil terá sob seu guarda-chuva cerca de R$ 30 bilhões.

De acordo com o presidente mundial do JBS, Wesley Batista, a empresa estuda há um ano uma reorganização societária para "refletir melhor o que o JBS se tornou".

"Hoje, a nossa operação é de uma empresa global, mas a nossa estrutura societária não reflete isso", explicou Batista. "Essa reestruturação vai colocar o JBS em uma posição de competir globalmente com players de alimentos no mercado global."

Com a criação da nova empresa, o JBS terá acesso a mais recursos financeiros, de acordo com Batista. Ele afirmou que alguns investidores estrangeiros conhecem bem a operação da JBS no exterior e querem investir na empresa, mas não podem, por questões estatutárias, ou não têm interesse em investir nas operações do Brasil.

"A reorganização nos dará acesso a uma base mais ampla de investidores. Vamos ter acesso ao mercado de dívida a um custo melhor", disse Batista.

Controle

A operação não prevê mudança no controle das companhias ou uma capitalização. Os acionistas da JBS S/A terão a opção de trocar suas ações na empresa brasileira por papéis da companhia que será listada na bolsa americana.

Essa operação será limitada para que a JBS no Brasil mantenha 25% do seu capital em circulação na bolsa de valores. A nova empresa irlandesa também terá BDRs (títulos de empresas estrangeiras) na bolsa brasileira.

Questionado sobre a escolha da Irlanda como sede, Batista disse que "ser uma companhia irlandesa listada na Nyse é o que melhor hoje reflete o que várias companhias ao redor do mundo têm feito".

O executivo afirmou ainda que a decisão não foi uma decisão tomada para buscar benefícios tributários. "Não temos um estudo e uma análise específica (sobre o impacto da reestruturação no custo tributário). Entendemos hoje que o impacto é neutro", afirmou Batista.

A Irlanda é um dos países desenvolvidos com menor carga tributária cobrada das empresas (cerca de 12,5%) e diversas companhias multinacionais têm estabelecido suas sedes na Europa no País para pagar menos impostos.

Batista também disse que a operação não foi desenhada em decorrência da atual crise política e econômica no Brasil.

Ele admite, no entanto, que com a perda do grau de investimento pelo Brasil, a empresa será beneficiada com a criação de uma estrutura que aumenta suas possibilidades de captar dinheiro no exterior.

Transição

A nova estrutura societária depende de aprovações do conselho de administração da empresa, e de acionistas, credores e órgãos reguladores. A previsão de Batista é que a mudança societária seja concluída no quarto trimestre deste ano.

As mudanças não implicam em transferências operacionais e mantêm as decisões globais da empresa no Brasil, destacou o diretor de Relações com Investidores da companhia, Jerry O'Callaghan.

Recentemente, a JBS anunciou uma reestruturação na sua estrutura de gestão. A empresa passou a ter líderes globais paras as áreas de marketing e inovação, operações, novos projetos e estratégia e desenvolvimento corporativo.

O ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar e antigo consultor externo da empresa, Enéas Pestana, foi contratado em fevereiro como presidente do JBS na América do Sul.

De acordo com Batista, a reorganização das funções executivas era parte de um projeto maior de adequar a estrutura da JBS para a de uma companhia brasileira, mas com operações multinacionais. A reestruturação societária seria mais uma etapa desse processo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCarnes e derivadosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasJBSMercado financeiro

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares