Thermas do Vale: um novo tobogã tem 100 metros de comprimento e oito pistas (Thermas do Vale/Divulgação)
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 09h30.
Com uma base de público cada vez mais exigente, manter o fluxo de visitantes fora da alta temporada virou uma das principais dores do setor dos parques aquáticos — que agora aposta em inovação e infraestrutura para sustentar o crescimento.
É neste contexto que o Thermas do Vale, em São José dos Campos, tenta mudar de patamar.
O parque aquático, que completa 30 anos em 2025, está no meio de uma reestruturação.
Com 200.000 metros quadrados e 14 piscinas, a empresa investiu mais de 15 milhões de reais desde o fim da pandemia em obras que incluem uma nova piscina infantil, melhorias de acesso e, agora, a maior rampa aquática do Estado de São Paulo: um tobogã com 14 metros de altura, 100 metros de comprimento e oito pistas.
A nova atração, prevista para ser inaugurada até o fim de dezembro, tem como objetivo posicionar o Thermas, cada vez mais, como um parque aquático.
“Antes da pandemia, o Thermas ainda se enxergava como um clube. Hoje temos um plano de negócios, visão de longo prazo e buscamos alta capacidade de uso, com o mínimo possível de filas”, afirma Luiz Ricardo Meloni, diretor executivo do Thermas do Vale.
Dos 30 anos do Thermas, Meloni participou da metade. Começou como gerente comercial aos 22 anos e chegou à liderança executiva, embora não seja acionista. O parque pertence a três famílias distintas.
De acordo com ele, a principal mudança nesse período foi cultural.
“Foi necessário mudar a visão dos próprios sócios. A empresa se via como clube, e isso limitava o crescimento. Agora temos uma mentalidade de parque regional, com metas claras e decisões baseadas em eficiência”, explica.
A transformação começou logo após a pandemia. Além da piscina infantil de 4 milhões de reais, a gestão reformulou as entradas e está construindo um novo portal de acesso às piscinas. A meta é reduzir filas, aumentar a circulação e melhorar a experiência do visitante.
Durante o ano inteiro, a média de visitantes fica em 350.000 pessoas.
O tobogã, comprado de uma fabricante especializada de Goiás, deve atrair um público adicional de 20% a 30% já no ano que vem.
A expectativa é reforçada pelo apelo visual da atração, que já foi apelidada internamente como “instagramável”, e pelo perfil de uso compartilhado: são oito pistas para corridas entre amigos e famílias.
Para impulsionar ainda mais esse crescimento, o parque vai começar em 2025 a aquecer todas as piscinas e lançará mais duas atrações de perfil radical. Ambas já estão compradas e devem ser entregues no segundo semestre do ano que vem.
Segundo Meloni, o plano é crescer de forma sustentável e com capital próprio.
“A gente busca equipamentos com alta capacidade de uso, para que todos que venham tenham acesso e não fiquem muito tempo na fila”, afirma Meloni.
A operação do parque envolve até 500 funcionários diretos e indiretos, e depende de condições climáticas — as chuvas, por exemplo, podem atrasar as obras em andamento.
Mas a aposta é clara: transformar o Thermas do Vale em referência regional em lazer aquático, aproveitando sua localização estratégica no Vale do Paraíba, a menos de duas horas de São Paulo, do Rio e da Serra da Mantiqueira.
Nada de Estados Unidos ou Europa.
O segundo parque aquático mais visitado do mundo fica no Brasil — também no estado de São Paulo. Mais precisamente, em Olímpia, cidade paulista a 450 quilômetros de São Paulo.
Todos os anos, passam por ali cerca de 2 milhões de visitantes. O único que supera esse número é o Chimelong Water Park, na China.
O Thermas dos Laranjais, fundado em 1987, tem mais de 60 atrações ativas e movimenta 240 milhões de reais por ano. A receita vem sendo reinvestida, ano após ano, em novos brinquedos, reformas e expansão.
Agora, o parque se prepara para inaugurar o Nações, um dos maiores complexos de toboáguas do mundo, com 33 metros de altura e tecnologia canadense. O projeto custou 60 milhões de reais e está na fase final de montagem.
A nova atração vai reunir oito experiências diferentes em duas descidas temáticas: uma inspirada no Brasil e outra na Itália — uma homenagem ao fundador do parque, Benito Benatti, falecido neste ano aos 93 anos.
“Se você parar de criar, o público para de voltar. Nosso negócio é surpreender. A cada ano tem que ter uma grande novidade”, afirma Jorge Noronha, arquiteto responsável pelo projeto e presidente do parque.