Redatora
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 06h25.
A Geração Z enfrenta um período de dificuldades no mercado de trabalho e menor capacidade de consumo, segundo um relatório da Oxford Economics divulgado pela revista Fortune.
O levantamento mostra que jovens entre 22 e 28 anos permanecem por mais tempo na casa dos pais, reduzem gastos com moradia, transporte e alimentação e causam um impacto estimado de US$ 12 bilhões por ano na economia dos Estados Unidos.
O estudo destaca que as contratações seguem travadas desde 2022, incluindo baixo crescimento salarial. Essa combinação limita a entrada dos mais jovens no mercado e reduz as oportunidades de progressão profissional.
A taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos permanece acima da média nacional. Enquanto o índice geral dos EUA está perto de 4%, quem tem entre 16 e 19 anos enfrenta taxa de 14%, e o grupo de 19 a 24 anos registra cerca de 9%, segundo dados do estudo. A Oxford aponta três causas principais: recém-formados que ainda buscam emprego, jovens em vagas temporárias e trabalhadores dispensados após cortes.
Outro fator destacado é a queda na mobilidade profissional. Em ciclos de expansão, trabalhadores jovens costumam trocar de emprego mais rapidamente, ganhando experiência e ampliando salário. Em 2025, esse movimento está estagnado.
A dificuldade para avançar na carreira influencia diretamente a estrutura familiar. O relatório estima que haja 1 milhão de jovens adultos a mais vivendo com os pais em comparação ao período pré-pandemia. Dados do Federal Reserve de Nova York indicam que essa mudança no padrão de moradia reduz gastos que antes eram destinados a aluguel, contas e alimentação.
Além disso, a Oxford Economics destaca ainda que esse comportamento não é inédito. Durante a Grande Recessão, a parcela de jovens entre 22 e 28 anos vivendo com os pais subiu de 27% para 32% e permaneceu elevada por anos. Salários baixos no início da carreira e crédito restrito contribuíram para um atraso na independência financeira dos millennials.
Mesmo assim, o estudo ressalta que 55% dos millennials já têm casa própria em 2025, apesar dos preços elevados e dos juros altos mantidos pela política monetária do Federal Reserve. Para a Geração Z, a percepção negativa sobre o mercado de trabalho pode manter o consumo contido até que as condições melhorem, segundo a Fortune.