Repórter
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 09h00.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 13h46.
Em uma mistura que promete dar um "gosto" novo ao setor, as startups de hortifrúti Arado e Frexco acabam de concluir uma fusão. Juntas, miram terminar o ano com receita de R$ 100 milhões.
O grupo também inclui a Plantei, plataforma de vendas de hortifrúti orgânico para supermercados, adquirida pela Arado em 2023.
Com raíz na tecnologia, a plataforma mineira Arado conecta pequenos e médios agricultores a restaurantes e varejistas. Recebeu R$ 100 milhões de investimento entre 2023 e 2024, com Valor Capital e Maya Capital na base de investidores.
Já a recém-chegada Frexco, investida pelo iFood, fornece frutas, verduras e legumes frescos diretamente para restaurantes. De Piedade, no interior de São Paulo, a startup 'pula' os intermediários e tem um sistema que garante maior eficiência na distribuição.
Victor Bernardino, CEO da Arado, explica que a união tem como foco melhorar a logística e a previsão da demanda para produtos altamente perecíveis. "Nosso objetivo é garantir que eles cheguem de forma pontual e com o frescor que o mercado exige", afirma.
A tecnologia será a grande aliada do grupo, que já desenvolveu 12 sistemas próprios baseados em inteligência artificial para prever a demanda e otimizar as entregas.
A Frexco, por sua vez, garante que a integração não afetará os clientes e parceiros. "O foco é fortalecer o relacionamento com nossos clientes", diz o CEO Mateus Erthal. O grupo, que começa a expansão no Sudeste, já tem planos para levar o modelo a todo o Brasil.
A previsão é que a fusão gere R$ 100 milhões em receita até o final de 2025, com um crescimento acelerado a partir de 2026, quando o grupo planeja expandir as operações e investir mais em tecnologia, operações e vendas.
A meta chama atenção considerando o momento delicado do setor.
No final do ano passado, as startups Justo (entregas de supermercado) e Mercado Diferente (delivery de 'frutas feias') encerraram as operações repentinamente. Uma havia acabado de receber um investimento; a outra, tentou um M&A antes de fechar as portas de vez.
Conhecido como o 'banco do hortifrúti', a Graviola parece ter encontrado um caminho. No início do ano, recebeu até R$ 45 milhões da SRM Ventures para oferecer até R$ 100 milhões em crédito. O foco é antecipação de recebíveis para pequenos e médios fornecedores.
Semelhante ao grupo composto por Arado e Frexco, que tem os restaurantes como clientela, a Graviola também aposta no B2C para crescer num setor desafiador. A startup quer agilizar a compra de hortifrúti para supermercados e distribuidoras, não o consumidor final.