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Mais rico do Brasil foi 'expulso' da empresa que fundou, monitora furacões por hobby e só usa Apple

Eduardo Saverin perdeu o controle do Facebook, mas hoje lidera fundo bilionário em Singapura e cultiva hábitos curiosos, como rastrear ciclones

Eduardo Saverin: mais rico do Brasil é entusiasta da Apple (Wei Leng Tay/Bloomberg/Getty Images)

Eduardo Saverin: mais rico do Brasil é entusiasta da Apple (Wei Leng Tay/Bloomberg/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 15h16.

Última atualização em 14 de setembro de 2025 às 16h02.

A trajetória de Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, parece roteiro de cinema: ele foi removido da liderança da rede social que ajudou a fundar, processou a empresa, reconstruiu sua carreira fora dos Estados Unidos — e se tornou, em 2025, o homem mais rico do Brasil, com um patrimônio estimado em US$ 224,5 bilhões.

Saverin perdeu espaço no Facebook após conflitos com Mark Zuckerberg em 2004. Após uma série de desentendimentos, sua participação na empresa foi diluída de 34% para menos de 10%.

Apesar disso, seu nome permaneceu como cofundador da plataforma, e o acordo final garantiu uma fatia significativa da companhia, que se valorizou bilhões de dólares após a abertura de capital em 2012.

Do corte ao império bilionário

Desde 2009, Saverin vive em Singapura, onde fundou a empresa de investimentos B Capital, que hoje administra mais de US$ 7 bilhões em ativos globais.

Ele atua como co-CEO, lidera decisões estratégicas e supervisiona diretamente os investimentos no Sudeste Asiático e na Índia. Boa parte do seu tempo é dedicada a analisar startups de base tecnológica, em especial nos setores de saúde, transformação digital e sustentabilidade.

Além da carreira, sua vida pessoal também mudou. Casado com Elaine Andriejanssen desde 2015, ele vive em um condomínio de luxo e evita a vida social extravagante que marcou seus primeiros anos como bilionário.

Entre furacões e... Apple

Saverin mantém uma rotina discreta, mas cheia de detalhes inusitados.

Um dos mais curiosos é o fato de que ele mantém em sua casa um sistema com três monitores Apple, sendo que um deles exibe em tempo real softwares de rastreamento de furacões e tsunamis.

O interesse por meteorologia é antigo: ele mesmo afirma ser um hobby desde a infância. O sistema meteorológico caseiro está integrado ao seu escritório doméstico, onde também realiza videoconferências e acompanha indicadores financeiros globais e atividades dos mercados asiáticos e norte-americanos.

Ele é fã declarado dos sistemas operacionais da Apple e, em 2019, afirmou que utilizava exclusivamente iPhone, iPad e Mac. Seu ambiente de trabalho combina tecnologia de ponta com um nível extremo de organização e controle de agenda. Saverin revisa pessoalmente apresentações de investimento e participa de todas as decisões estratégicas da B Capital.

Em 2024, ele doou US$ 15,5 milhões para a Singapore American School, a maior doação da história da instituição, o que reforça seu envolvimento com a comunidade local e com causas educacionais.

Saverin evita entrevistas, mas mantém presença ativa em círculos de investimento global com foco em tecnologia, saúde e clima. Desde 2011, não possui mais cidadania americana nem brasileira, vivendo como "cidadão global".

“Nunca vou me aposentar em uma praia”

Saverin adotou o que chama de filosofia de “poder silencioso”. “Ainda estamos nos estágios iniciais de criar tecnologias que influenciarão o mundo. Nunca vou me aposentar em uma praia”, disse ele à Forbes em 2019.

Mesmo com uma fortuna superior à de diversos fundadores de big techs, ele segue atuando em ritmo intenso, com foco em criar o que chama de “a próxima geração de empresas transformadoras”.

Saverin acredita que o “novo Facebook” poderá surgir na interseção entre saúde e inteligência artificial — e quer estar entre os primeiros a investir quando isso acontecer.

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