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Marca da 'camiseta perfeita' já fatura R$ 6 milhões e abre 1ª loja física

Empresa começou na sala de casa dos fundadores e hoje vende por e-commerce em todo o Brasil. Próximo passo é consolidar varejo físico

Guilherme Puliti e Bento Meirelles, da Minimal Club: "Queríamos oferecer qualidade real, sem depender de marca estampada ou status" (Minimal Club/Divulgação)

Guilherme Puliti e Bento Meirelles, da Minimal Club: "Queríamos oferecer qualidade real, sem depender de marca estampada ou status" (Minimal Club/Divulgação)

Karla Dunder
Karla Dunder

Freelancer

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 11h41.

Com mais de 200.000 clientes atendidos e faturamento mensal de 500.000 reais, a mineira Minimal Club quer transformar o sucesso digital em experiência física.

A marca, que nasceu com a promessa de entregar a “camiseta perfeita”, inaugura sua primeira loja no BH Shopping, em Belo Horizonte, e entra em uma nova fase: a de consolidar no varejo físico o que construiu no e-commerce — um público fiel em busca de elegância sem ostentação.

Criada em 2020 pelos empreendedores Bento Meirelles e Guilherme Puliti, a Minimal surgiu de um incômodo simples: a dificuldade de encontrar camisetas de qualidade que durassem mais do que algumas lavagens.

A dupla estudou dados do Procon e do Reclame Aqui e mapeou os três problemas mais citados pelos consumidores: encolhimento, bolinhas e encardimento.

Com base nessas dores, desenharam uma modelagem exclusiva e buscaram um tecido com maior durabilidade, unindo algodão egípcio e elastano.

“Enxergamos uma lacuna clara no mercado masculino. Queríamos oferecer qualidade real, sem depender de marca estampada ou status. Nosso foco sempre foi entregar os melhores produtos, e não apenas um símbolo no peito”, diz Puliti.

Como a história começou

A Minimal começou pequena, literalmente na sala de casa dos fundadores. Os dois cuidavam de tudo — da produção à entrega.

No início, erraram na gestão de estoque, no tempo de entrega e até na comunicação com o cliente. Mas esses erros acabaram ajudando a marca a entender o que mais importava: ouvir o consumidor.

A escuta ativa virou estratégia. Cada reclamação servia para ajustar modelagem, embalagem e logística.

“Nosso crescimento veio da capacidade de corrigir rápido. O cliente nos dizia o que estava errado e nós mudávamos em dias. Isso construiu confiança”, afirma Puliti.

Com o aumento da demanda, vieram o primeiro escritório, depois um centro de distribuição e, por fim, o galpão de 1.200 metros quadrados onde funciona hoje o grupo Moon Ventures, controlador da Minimal Club e da Home, marca de cama, mesa e banho lançada em 2023.

O desafio de manter o padrão no crescimento

A expansão trouxe novos desafios: manter qualidade e atendimento personalizados, mesmo com volume alto de pedidos.

Puliti reconhece que a escalada testou os limites da operação. “Crescer rápido é bom, mas perigoso. Tivemos que rever processos, automatizar parte do atendimento e investir em tecnologia para não perder o padrão que nos trouxe até aqui”, diz.

A empresa passou a usar inteligência artificial no suporte ao cliente e no controle de estoque, o que reduziu erros e acelerou o tempo de resposta. Ao mesmo tempo, ampliou o mix de produtos com linhas casual, fitness, tech classics e verão, sempre mantendo o conceito de luxo acessível.

A experiência física como novo passo

A abertura da loja física é o ponto de virada.

O espaço de 87 metros quadrados, inspirado no estilo Art Déco, reflete o DNA minimalista da marca: tons neutros, mobiliário em madeira, provadores amplos e um lounge com bar de bebidas mineiras, café próprio e trilha sonora exclusiva.

Para Puliti, o objetivo vai além da venda.

“Queremos que o cliente entre, relaxe, tome um café e viva a essência da Minimal Club. É uma experiência de pertencimento, não só de consumo”, afirma.

Próximos passos

Com a operação digital consolidada e a primeira loja aberta, a marca já projeta novas unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, regiões que concentram a maior base de clientes do e-commerce.

O plano é crescer com consistência, sem perder o vínculo com quem construiu a marca. “A loja é só mais um canal. O que queremos é continuar próximos do cliente, entendendo o que ele precisa antes mesmo de pedir”, diz Puliti.

Mais do que uma expansão, a Minimal aposta em um modelo híbrido: digital para escalar, físico para conectar. Um equilíbrio em um mercado que ainda tenta entender o novo comportamento do consumidor masculino.

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