Negócios

Montadoras retomam contratações de trabalhadores

Depois de encerrar 2012 com 3,5 mil vagas de emprego fechadas, o setor registrou em janeiro saldo positivo de 6.916 vagas entre admissões e demissões


	A Mercedes-Benz efetivou, na sexta-feira, 484 funcionários da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) que tinham contratos temporários
 (REUTERS/Nacho Doce)

A Mercedes-Benz efetivou, na sexta-feira, 484 funcionários da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) que tinham contratos temporários (REUTERS/Nacho Doce)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 09h20.

Rio de Janeiro - A Mercedes-Benz efetivou, na sexta-feira, 484 funcionários da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) que tinham contratos temporários.

Com a medida, a empresa encerra o processo de ajuste em seu quadro de pessoal, que começou em janeiro com a volta de 1,5 mil trabalhadores que permaneceram em lay-off (dispensa temporária) durante seis meses.

A fábrica passa a contar novamente com seu efetivo completo, de quase 12,8 mil funcionários. Desde o mês passado, também voltou a operar em três turnos de trabalho.

No primeiro bimestre, a produção total de caminhões cresceu 72,7% em relação ao mesmo período de 2012, para 26,6 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Já as vendas de caminhões caíram 7,8%, para 22 mil unidades, mas a Mercedes, sozinha, registrou alta de 67,8% nos negócios, com 5 mil unidades. O setor espera reversão desses resultados negativos a partir deste mês.

Reação

Na esteira da recuperação da produção neste início de ano no setor automobilístico, especialmente de caminhões, o mercado de trabalho começou a reagir.

Depois de encerrar 2012 com 3,5 mil vagas de emprego fechadas, o setor registrou em janeiro saldo positivo de 6.916 vagas entre admissões e demissões, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.


O mercado de trabalho piorou no ano passado por causa dos segmentos de caminhões e ônibus e da fabricação de autopeças. Só as montadoras de automóveis e comerciais leves geraram 6.894 vagas. Já o setor de caminhões foi atingido pela substituição tecnológica dos motores e fechou 5,8 mil vagas.

Em razão da alta dos preços da nova tecnologia, houve antecipação de compras no fim de 2011 e os negócios despencaram em 2012. "Parece que está ocorrendo uma melhora", afirma Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

No cenário de longo prazo, Rafael Ferrao, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destaca que a concretização de investimentos, com a inauguração e ampliação de fábricas deverá traduzir-se em geração de empregos.

"Os investimentos vão gerar empregos, tanto nas montadoras quanto na cadeia produtiva", diz Ferrao. Desde o início do ano, algumas empresas têm contratado. A PSA Peugeot Citröen ampliou a fábrica de Porto Real (RJ) e prevê contratar 500 funcionários neste ano. A fabricante de caminhões MAN Latin America contratou 300 em janeiro, em razão da retomada da produção.

Segundo a Anfavea, as montadoras fecharam fevereiro com 151,9 mil empregos diretos, contra 145,1 mil há um ano. Os dados não captaram o fechamento de 3,5 mil vagas em 2012 porque não incluem o setor de autopeças.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaContrataçõesEmpregosgestao-de-negociosIndústria

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares