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No interior, brasileiro gasta quase um salário-mínimo por ano com açaí

Levantamento inédito mostra que cada cliente consome em média 23 unidades por ano; Paraná lidera entre os estados

Açaí: produto amazônico faz sucesso no interior do país  (Paulo Amorim/Getty Images)

Açaí: produto amazônico faz sucesso no interior do país (Paulo Amorim/Getty Images)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 16h29.

De alimento típico da Amazônia, o açaí se transformou em produto nacional de relevância econômica. Levantamento do aplicativo de delivery Aiqfome, do Magazine Luiza, revela que o consumo de açaí no Brasil pode pesar no bolso: em média, cada cliente gasta quase um salário-mínimo por ano apenas com pedidos da fruta.

Entre janeiro e dezembro de 2024, cada usuário fez 23 pedidos, com ticket médio de R$ 53, totalizando R$ 1.294,44 ao ano, praticamente o valor do salário-mínimo.

Com forte presença no inteior do país, a pesquisa do Aiqfome mostra que o Paraná concentra o maior número de pedidos. Entre os acompanhamentos mais populares estão leite condensado, leite em pó e morango.

“O açaí é o quinto produto mais pedido por delivery no interior do Brasil”, afirma Igor Remigio, CEO e cofundador do aiqfome.

O mercado de açaí

De superfood amazônico a item quase cotidiano em cidades do interior, o açaí mostra que é mais que tendência: é oportunidade de negócio em plena expansão.

Segundo Remigio, apenas na semana do Dia do Açaí, comemorado nesta sexta-feira, 5 de setembro, os pedidos subiram 41,9% em relação ao ano anterior. “Boa parte desse sucesso está ligada a praticidade de consumo em qualquer lugar e ocasião, além do custo-benefício de um superalimento”, diz.

A produção brasileira de açaí passou de 150 mil toneladas há dez anos para quase 2 milhões de toneladas em 2023, segundo dados do IBGE e dos governos do Pará e do Amazonas. A produção cresceu 70% nos últimos cinco anos.

O aumento do consumo do açaí cria oportunidades em toda a cadeia produtiva: agricultores amazônicos, fabricantes de sorvetes, distribuidores e plataformas digitais se beneficiam do crescimento, que movimenta bilhões de reais por ano e atrai investidores interessados em explorar nichos de alto valor agregado.

O gasto médio de quase R$ 1.300 anuais por cliente mostra que o açaí deixou de ser apenas uma tendência e se consolidou como negócio estruturado e lucrativo.

Franquias, redes de delivery e empresas de alimentos funcionais reconhecem a fruta como oportunidade de crescimento. O mercado ainda oferece espaço para inovação: bebidas, produtos industrializados, sorvetes premium e soluções sustentáveis com aproveitamento de resíduos representam caminhos para ampliar a rentabilidade.

“O mercado de açaí no Brasil reflete o consumo moderno: saudável, prático e acessível, com espaço para players regionais e grandes redes nacionais”, afirma Remigio.

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