A empresa perdeu 23% de volume de vendas desde 2019 e deve registrar queda de 10% em 2025 (Divulgação)
Redatora
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 19h53.
A Molson Coors Beverage Company, empresa de bebidas e dona das marcas como Blue Moon e Staropramen, anunciou que irá cortar cerca de 400 vagas em sua divisão das Américas até o final deste ano.
As demissões representam 9% do quadro de funcionários da região e marca uma das primeiras decisões do novo CEO Rahul Goyal, que assumiu o cargo em 1º de outubro, sucedendo Gavin Hattersley.
O plano de redução da força de trabalho ocorre em meio à queda nas vendas de cerveja e à mudança no comportamento do consumidor. As informações são do site MarketWatch.
Segundo analistas da TD Cowen, liderados por Robert Moskow, Goyal precisará ir além dos cortes de custos para reverter o declínio das operações nas Américas, especialmente nos Estados Unidos, onde as marcas Coors Light e Miller Lite vêm perdendo espaço.
Os cortes incluem cargos já vagos e demissões voluntárias. A empresa estima que o processo custará entre US$ 35 milhões e US$ 50 milhões em indenizações e benefícios, valor inferior aos US$ 150 milhões economizados na reestruturação de 2019.
No total, a Molson Coors tem cerca de 16,8 mil funcionários no mundo, sendo 10,3 mil na unidade das Américas.
O novo CEO assume o comando em um momento em que a indústria de bebidas enfrenta mudanças no perfil dos consumidores. O interesse por álcool tem diminuído entre jovens adultos, impulsionado pela preocupação com saúde e pelo uso de medicamentos para perda de peso.
Além disso, o mercado hoje oferece mais alternativas, como coquetéis prontos, vinhos em lata e cervejas sem álcool.
De acordo com Moskow, a empresa perdeu 23% de volume de vendas desde 2019 e deve registrar queda de 10% em 2025. Para ele, Goyal precisará apresentar à Wall Street um plano consistente de recuperação, com foco em inovação e expansão para segmentos de crescimento mais rápido, como bebidas não alcoólicas e produtos premium.
As ações da Molson Coors fecharam o pregão de terça-feira, 21, em leve alta de 0,1%, mas ainda acumulam queda de 18,6% no ano, segundo dados da FactSet.
Apesar do cenário desafiador, parte dos analistas acredita que a queda no consumo de cerveja pode ser temporária. Em agosto, o ex-CEO Gavin Hattersley afirmou que o interesse do público pela cerveja continua estável, mas que as ocasiões de consumo diminuíram.