Ozempic: Novo Nordisk anuncia novas marcas de canetas emagrecedoras (Roberto Pfeil/picture alliance/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 09h51.
Última atualização em 1 de outubro de 2025 às 11h52.
A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou nesta quarta-feira, 1º, uma parceria com a Eurofarma para a distribuição exclusiva no Brasil de duas novas marcas da versão injetável semanal da molécula de semaglutina: Poviztra, indicada para obesidade e sobrepeso com comorbidades, e Extensior, voltada para o diabetes tipo 2. Os novos medicamentos devem chegar ao mercado ainda neste mês.
Na prática, a Novo Nordisk coloca no mercado sua expertise em pesquisa e desenvolvimento de terapias com GLP-1, enquanto a Eurofarma entra com sua capilaridade comercial, força de vendas e conhecimento do mercado local, garantindo que os medicamentos cheguem a especialidades médicas, farmácias e regiões que ainda não estavam cobertas pela operação da multinacional dinamarquesa.
“Esta parceria é um passo estratégico para garantir que nossa inovação chegue a ainda mais pessoas em todo o Brasil, com a mesma confiança e qualidade de sempre”, afirma Allan Finkel, vice-presidente da Novo Nordisk para América Latina e Brasil.
O acordo reflete a estratégia das farmacêuticas diante de um mercado em rápida expansão. No Brasil, o mercado de análogos de GLP-1 já movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano. No mundo, as projeções apontam para uma indústria de mais de US$ 150 bilhões até 2030, transformando as chamadas “canetas emagrecedoras” em um dos pilares de crescimento da nova era farmacêutica.
“A Eurofarma traz a experiência e a capacidade da sua força de vendas para ampliar o alcance desses produtos, dentro de um projeto que contempla forte compromisso com médicos e pacientes”, diz Renata Campos, CEO da Eurofarma no Brasil.
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A parceria marca a entrada da Eurofarma na chamada “economia do Ozempic”, segmento dominado pelas gigantes Novo Nordisk (Ozempic, Wegovy) e Eli Lilly (Mounjaro, Zepbound).
Em agosto, a EMS também ingressou no mercado, lançando medicamentos à base de liraglutida com preços a partir de R$ 307,26, intensificando a competição em um setor que já começa a pressionar os líderes globais.
Nos últimos 12 meses, a Novo Nordisk viu seu valor de mercado despencar mais de 60%, impactada pela concorrência crescente e pela proliferação de versões genéricas manipuladas. No Brasil, a disputa se acirrou ainda mais com a chegada do Mounjaro, da Eli Lilly, às farmácias em junho, aumentando a pressão sobre as prescrições médicas.
A farmacêutica dinamarquesa, que já chegou a ser a empresa mais valiosa da Europa no auge do Ozempic, reduziu suas projeções de receita e promoveu a troca de CEO em meio à turbulência. Para analistas, os desafios da companhia vão além das cópias ilegais: trata-se de uma corrida global por participação em um dos mercados mais promissores da indústria farmacêutica.