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‘Novo Ozempic’: quanto deve custar o novo medicamento da Novo Nordisk com a Eurofarma

Os novos medicamentos com a molécula de semaglutida devem chegar às farmácias ainda em outubro

Ozempic: Novo Nordisk anuncia novas marcas de canetas emagrecedoras (Roberto Pfeil/picture alliance/Getty Images)

Ozempic: Novo Nordisk anuncia novas marcas de canetas emagrecedoras (Roberto Pfeil/picture alliance/Getty Images)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 17h32.

Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 18h04.

Após anunciar a parceria com a Eurofarma para lançar no Brasil duas novas marcas da molécula de semaglutida injetável, a Novo Nordisk começa a preparar a chegada de seus “novos Ozempic” ao mercado.

Os produtos Poviztra, indicado para o tratamento da obesidade e do sobrepeso com comorbidades, e Extensior, voltado ao diabetes tipo 2, devem chegar às farmácias ainda em outubro. A expectativa é que as primeiras unidades estejam disponíveis em redes de farmácias de grande porte e, gradualmente, cheguem a clínicas e hospitais.

Ozempic cabe no seu bolso? Como incluir caneta emagrecedora no seu orçamento

O preço oficial ainda não foi divulgado, mas a expectativa é que os novos medicamentos custem ao menos 10% menos do que os produtos de referência, como Ozempic e Wegovy, da própria Novo Nordisk.

A diferença ocorre principalmente por conta do modelo de distribuição local via Eurofarma e das condições comerciais praticadas no ponto de venda, que podem variar conforme o estado e a política de descontos das redes farmacêuticas.

Variação de preços

No Brasil, os valores de medicamentos sofrem variações de acordo com a carga tributária estadual e com os descontos oferecidos por farmácias e programas de fidelidade. Estados com alíquotas de ICMS mais baixas, por exemplo, tendem a registrar preços menores ao consumidor final.

O objetivo da parceria entre as duas farmacêuticas é tornar as terapias com semaglutida mais acessíveis e ampliar o alcance geográfico dos medicamentos.

A Eurofarma, que faturou R$ 11 bilhões em 2024 e produziu 600 milhões de unidades de medicamentos, será responsável pela distribuição e promoção comercial das novas marcas, enquanto a Novo Nordisk segue à frente da inovação e da produção da molécula.

“As doses de Poviztra e Extensior serão as mesmas utilizadas nos medicamentos da Novo Nordisk, com o mesmo padrão de qualidade e eficácia clínica”, reforçam executivos das companhias.

O mercado bilionário das terapias com GLP-1

A parceria marca a entrada da Eurofarma na chamada “economia do Ozempic”, segmento dominado pelas gigantes Novo Nordisk (Ozempic, Wegovy) e Eli Lilly (Mounjaro, Zepbound).

Em agosto, a EMS também ingressou no mercado, lançando medicamentos à base de liraglutida com preços a partir de R$ 307,26, intensificando a competição em um setor que já começa a pressionar os líderes globais.

Nos últimos 12 meses, a Novo Nordisk viu seu valor de mercado despencar mais de 60%, impactada pela concorrência crescente e pela proliferação de versões genéricas manipuladas. No Brasil, a disputa se acirrou ainda mais com a chegada do Mounjaro, da Eli Lilly, às farmácias em junho, aumentando a pressão sobre as prescrições médicas.

A farmacêutica dinamarquesa, que já chegou a ser a empresa mais valiosa da Europa no auge do Ozempic, reduziu suas projeções de receita e promoveu a troca de CEO em meio à turbulência. Para analistas, os desafios da companhia vão além das cópias ilegais: trata-se de uma corrida global por participação em um dos mercados mais promissores da indústria farmacêutica.

Assista ao primeiro episódio do Choque de Gestão

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