Daniil Sergunin, CEO da Rhino: empresa quer expandir frota de SUVs híbridos e blindados (Rhino/Divulgação)
Repórter
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 06h10.
Última atualização em 29 de outubro de 2025 às 08h19.
O investimento, liderado pela britânica TMT Investments, que já gerou US$ 111 milhões em exits desde 2010, e a AngelsDeck, de Dubai, eleva o total captado pela empresa para R$ 40 milhões.
Criada pelos russos Daniil Sergunin e Alexander Karbankov, a Rhino nasceu de uma preocupação: a falta de opções seguras de deslocamento nas grandes cidades.
Atualmente, a Rhino opera somente na Grande São Paulo, região que lidera o ranking de aumento de blindagem no Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), houve um crescimento de 11,5% na blindagem automotiva em todo o país no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024.
Em 2023, ano que a Rhino nasceu, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registrou 576 mil casos de furto de veículos e 133 mil casos de roubo de veículos.
'De vez em quando eu faço Uber', diz Silvia Penna, CEO da Uber no BrasilHoje, com mais de 300 mil usuários e uma frota triplicada em um ano, a empresa se posiciona como uma alternativa para quem quer circular com segurança — sem depender de motoristas particulares ou esquemas corporativos.
Sergunin se mudou para o Brasil em 2020, vindo de Moscou, e descobriu o negócio quase por acidente. “Assim que cheguei, todo mundo me dizia que eu precisava de um carro blindado. No início, achei exagero. Depois, entendi que era uma questão de tranquilidade”, conta.
A partir daí, veio a ideia: oferecer um transporte que combinasse segurança de alto nível com a experiência fluida de um aplicativo.
Com carros blindados nível III-A, capazes de resistir a disparos de armas de fogo, e motoristas profissionais selecionados com rigor, a Rhino criou um nicho entre o público executivo e corporativo.
O modelo é todo operado pela própria startup: manutenção, higienização e abastecimento ficam sob responsabilidade da empresa, que também oferece remuneração por hora aos motoristas — uma prática rara no setor.
“Isso garante estabilidade e reduz a pressão por corridas sucessivas”, diz Sergunin. Os motoristas passam por um processo de seleção com entrevistas, avaliações psicológicas e treinamento especializado.
Motorista da Rhino: aplicativo oferece remuneração por hora, fugindo da prática do setor (Rhino/Divulgação)
Além do público pessoa física, a Rhino vem acelerando sua operação no segmento corporativo com o programa Rhino for Business, já contratado por mais de 30 empresas, entre elas Mitsubishi, RedeTV e Pepsico.
A iniciativa representa hoje uma das principais alavancas de receita, com projeção de responder por metade do faturamento nos próximos anos.
Nos últimos doze meses, o crescimento foi exponencial: a base ativa de clientes aumentou 340% e a receita subiu 700% em relação a 2024.
Com a nova rodada, a startup quer expandir a frota de SUVs híbridos blindados e ampliar o alcance em São Paulo antes de chegar a novos mercados.
“Estamos tornando acessível um recurso que antes era restrito a poucos. Nosso propósito é levar essa tranquilidade aos brasileiros”, afirma o CEO.