Negócios

Eles começaram com uma nota fiscal de R$ 300. Hoje, faturam R$ 30 milhões com produtos para pets

A paulista Petiko, das caixas de assinatura, cresceu com o setor e hoje já entregou mais de 1,4 milhão de caixas por todo o Brasil

Cleiton Silva, Luciano Miranda e Rodrigo Furtado, da Petiko: empresa inaugurou duas fábricas em São Carlos ano passado

Cleiton Silva, Luciano Miranda e Rodrigo Furtado, da Petiko: empresa inaugurou duas fábricas em São Carlos ano passado

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 07h58.

Nos últimos quinze anos, os donos de animais de estimação passaram de meros 'compradores de ração' para consumidores antenados, que gastam centenas, às vezes milhares, de reais a mais para fornecer ao cão ou gato uma vida mais saudável, ativa e divertida.

O mercado não demorou para atender às demandas desse novo estilo de vida, hoje tão comum: aquele que vê o pet como um membro da família, tão importante quanto qualquer outra pessoa da casa. Em 2024, o setor era avaliado em R$ 26,7 bilhões. Dez anos depois, o valor já estava próximo dos R$ 75 milhões.

Uma das marcas brasileiras que percebeu isso logo cedo foi a paulista Petiko, que, entre 2014 e 2015, decidiu combinar o amor pelos pets com outra tendência da época: as caixas de assinatura. Desde então, mais de 1,4 milhões de caixas foram entregues pelo Brasil.

Como nasceu a Petiko?

A história da Petiko começou em 2013 na Universidade Federal de São Carlos (SP), com o trio de amigos Luciano Miranda, Rodrigo Furtado e Cleiton Silva. Todos eram formados em Ciência da Computação e queriam empreender, então, primeiro, pensaram em ter um site.

O grupo criou um blog de conteúdo voltado para tutores de animais em 2014, mas enfrentou um mercado já saturado e dominado pelas redes sociais. O site chegou a receber entre 2 a 3 milhões de visitantes por mês, mas nunca virou um negócio escalável.

Além de gostar e ter animais, Luciano, Rodrigo e Cleiton observavam a chegada de um novo tipo de consumidor: aquele que via o pet como um membro da família, e não apenas como um animal de estimação.

Foi aí que decidiram pivotar o negócio, seguindo também o que haviam observado no mercado internacional. "Essa visão já era muito comum na Europa e nos Estados Unidos", diz Miranda.

BOX.Petiko: empresa envia milhares de caixas com produtos pets todo mês

Em 2015, a Petiko abre oficialmente as portas como um clube de assinatura para pets. Todo mês, a caixa BOX.Petiko vem com brinquedos, petiscos e acessórios personalizados. A fórmula sempre foi a mesma: entregar produtos úteis e divertidos para os animais, mas com uma curadoria que traz o que há de mais saudável no setor.

Miranda lembra que a primeira nota fiscal emitida não passava de R$ 300 reais. Eram cinco assinaturas que, no mês seguinte, viraram cem — e o número de caixas enviadas continuou aumentando ano a ano, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, mesmo que em passos lentos.

Como muitas empresas, foi a pandemia, em 2020, que fez o negócio estourar. "Trancados em casa, os tutores estavam mais preocupados com a ansiedade, estresse e gasto de energia dos pets", diz Miranda.

Apesar de não detalhar os números, o CEO destaca que o plano de empresa foi encurtado de cinco para três anos com o aumento de assinaturas. Em 2022, a Petiko atingiu um faturamento de R$ 16 milhões.

A nova fase

Com um crescimento de 30% no faturamento em 2023, a Petiko decidiu apostar na verticalização dos próprios produtos e inaugurou duas fábricas em São Carlos.

A empresa passava por um período de transição: com uma equipe de Produto e Desenvolvimento, diminuiu a dependência nos produtos de outras marcas pet e passou a competir diretamente com elas.

Agora, a Petiko lança até 20 novos produtos por mês e está nas prateleiras de lojas como Petz, Petlove e Cobasi. Em 2024, o grupo Petiko (que envolve as fábricas e a empresa de assinatura) faturou R$ 30 milhões, e mira por volta de R$ 34,5 milhões em 2025.

"A verticalização nos permite ter controle total sobre nossos processos, desde a criação até a entrega, o que torna nossos produtos mais rápidos e mais alinhados com as necessidades dos nossos assinantes", afirma Miranda.

Acompanhe tudo sobre:Empresas brasileirasAnimais de estimação (pets)CachorrosGatos

Mais de Negócios

Gigantes do varejo faturaram R$ 1,3 trilhão em 2024

'Disney' da Netflix? Por que a gigante do streaming ainda não investiu em um parque de diversão

'Taxa das blusinhas' fortalece Mercado Livre e pressiona Temu e Shein

Labubu faz vendas da Pop Mart dispararem, mas imitações ameaçam crescimento da empresa