Mercados Derivativos: mecanismo ajuda empresas a se protegerem de oscilações financeiras (da-kuk/iStockphoto)
Redatora
Publicado em 7 de julho de 2025 às 16h56.
Especulação faz parte do mercado financeiro. Ela é a prática de comprar e vender ativos para lucrar com as variações de preços no curto prazo e envolve riscos grandes, já que depende da previsão das flutuações do mercado.
Mas, além da especulação, os derivativos também estão presentes na rotina de grandes empresas que precisam se proteger contra oscilações de preços, nas estratégias de fundos de investimento e nas mesas de operação dos maiores bancos.
Mesmo fora dos holofotes, movimentam trilhões de reais e ajudam a garantir previsibilidade em um cenário cada vez mais volátil.
O que são derivativos?
Mas o que são derivativos? Para entender esse mercado, a EXAME ouviu Sérgio Santos Pereira, professor da Saint Paul Escola de Negócios e especialista na área.
“Derivativos são contratos financeiros realizados para liquidação em uma data futura e recebem esse nome porque derivam de um ativo já existente, como contrato futuro de soja ou de dólar”, explica o professor.
Esses ativos subjacentes podem ser físicos (como café, ouro ou petróleo) ou financeiros (como índices, câmbio e juros).
Na prática, isso significa que você faz um acordo hoje para comprar ou vender algo no futuro por um preço combinado agora. Por exemplo: você combina hoje que vai comprar dólar daqui a 3 meses por R$ 5,00 – mesmo que o valor do dólar mude até lá.
Os derivativos não são, em essência, um produto de investimento. Sua função principal está relacionada à proteção contra riscos ou à especulação, que acontece quando se aposta na oscilação futura de preços para obter lucro.
Empresas usam derivativos para se proteger de flutuações cambiais, por exemplo. Já investidores podem operar esses ativos em busca de ganhos com movimentações previstas no mercado.
“Derivativos não são instrumentos de investimento, mas de proteção ou especulação e, como tal, ao apresentar ganhos financeiros serão tributados como renda variável, ou seja, 15% sobre os ganhos líquidos”, afirma Sérgio.
Ao negociar um derivativo, o investidor ou empresa se compromete com uma transação futura, o que permite proteger-se contra oscilações de preços ou mesmo buscar ganhos financeiros.
Segundo o especialista, como se trata de liquidação futura, as expectativas do mercado têm forte influência na precificação desses ativos.
Taxas de juros, câmbio e inflação são fatores decisivos. “Os bancos centrais, ao definirem as taxas de juros básicas de suas economias, exercem forte influência tanto sobre a inflação quanto sobre as taxas de câmbio”, afirma Sérgio.
“Dessa forma, as expectativas sobre as ações dos bancos centrais têm impacto direto nos respectivos mercados de derivativos”.
Existem quatro tipos mais comuns:
O conhecimento em derivativos é essencial para uma série de carreiras no mercado financeiro.
“Um profissional com formação em mercados de derivativos pode atuar tanto em áreas ligadas às finanças, seja como analista de investimentos, gestor de carteira, especialista em ativos financeiros, ou mesmo em áreas correlatas, como auditoria e compliance”, explica o especialista.
Pensando nisso, a EXAME e a Saint Paul Escola de Negócios se uniram à B3 Educação, o braço de educação da bolsa de valores do Brasil, e desenvolveram o curso de educação executiva Formação de Profissionais em Mercados Derivativos.
O curso é ministrado por professores reconhecidos no mercado: Fábio Iwabe, especialista em administração e finanças; e Sérgio Santos Pereira, economista com mais de 30 anos de atuação na BM&FBovespa.