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Para Luiza Helena Trajano, Brasil precisa de um voto de confiança na inovação e no brasileiro

No Gramado Summit, empresária defendeu o protagonismo nacional e destacou as iniciativas recentes do Magalu para inovar e se manter competitivo

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza: “Nós nascemos startup" (Leandro Fonseca /Exame)

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza: “Nós nascemos startup" (Leandro Fonseca /Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de junho de 2025 às 09h15.

Última atualização em 5 de junho de 2025 às 09h39.

Gramado (RS) O Brasil tem enorme potencial, mas precisa parar de duvidar de si mesmo. Essa foi a principal mensagem de Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, durante sua participação no Gramado Summit, evento de inovação e tecnologia que reúne 20 mil pessoas entre os dias 4 e 6 de junho, na serra gaúcha. Em seu painel, a empresária defendeu que a inovação no Brasil não depende apenas de tecnologia, mas também de valores, propósito e, principalmente, da confiança no potencial do brasileiro.

“Nós nascemos startup. O brasileiro é criativo, adaptável, empreendedor por natureza. Só falta a gente acreditar mais na gente”, afirmou Trajano.

Ao longo dos últimos anos, o Magazine Luiza tem se consolidado como uma referência em inovação. Desde o lançamento do seu primeiro site nos anos 2000, a empresa tem investido continuamente em tecnologias para se manter competitiva no mercado.

“No Magalu, inovação é DNA. Desde o começo, tivemos uma cabeça aberta para o novo, sempre buscando soluções tecnológicas que nos ajudassem a melhorar a experiência do cliente e aumentar nossa competitividade”, disse a empresária.

Nos últimos cinco anos, a empresa com faturamento de R$ 65 bilhões fez 18 aquisições, em segmentos com logística, fintech e marketplace. Entre as aquisições estão a Netshoes, KaBuM!, Estante Virtual e Aiqfome. Com esses movimentos, a empresa ampliou sua atuação no e-commerce, tecnologia e serviços financeiros, reforçando sua posição no mercado digital.

“Estamos sempre de olho em oportunidades de inovação e em como melhorar a experiência do cliente. O Magalu sempre teve cabeça aberta para o novo, mas a gente escolhe bem os aliados”, afirmou Luiza, explicando que a seleção estratégica dessas empresas visa fortalecer o ecossistema da companhia.

Além das aquisições, o Magalu tem investido em soluções próprias, como a Magalu Cloud, uma plataforma de nuvem corporativa criada para atender principalmente pequenos e médios negócios no Brasil. A plataforma já conta com mais de 2.500 clientes e tem se destacado pela sua acessibilidade e pelos preços mais justos.

“Estamos dando acesso ao que antes era privilégio de grandes empresas. Isso é soberania digital, é apoiar o pequeno empreendedor no Brasil”, afirmou a empresária.

O papel da tecnologia na reinvenção do varejo físico

Luiza Helena Trajano durante painel no Gramado Summit 2025 (Leandro Fonseca /Exame)

Para Trajano, a transformação digital no varejo não significa a morte das lojas físicas. Ela defende que a combinação do físico com o digital é o futuro. “A Amazon e o Alibaba estão criando lojas físicas. A loja não vai morrer. O que morre é o que não se reinventa”, afirmou. Para ela, o Magazine Luiza tem sido pioneiro nesse processo, com uma estratégia de integração das lojas físicas e digitais.

Com 1.300 lojas espalhadas pelo Brasil e mais de 40.000 colaboradores, a empresa tem investido fortemente para adaptar suas lojas físicas à nova realidade digital. “Temos um compromisso com a loja física, mas ela precisa se reinventar para continuar relevante. O futuro está em combinar a praticidade da loja digital com o atendimento próximo das lojas físicas”, afirmou.

Desafios econômicos

A empresária também abordou os desafios econômicos que afetam os pequenos empresários, como os custos elevados e as dificuldades de digitalização. Ela afirmou que, apesar das dificuldades, as empresas devem aproveitar a crise como uma oportunidade de inovar e se adaptar. “Quando se está em crise, é momento de lutar mais, de buscar soluções no mercado. A crise pode ser uma oportunidade, e as empresas precisam entender isso”.

Trajano encerrou o painel com um apelo aos empreendedores para que olhassem para o Brasil como um projeto coletivo, onde todos têm um papel importante na construção de um futuro mais competitivo e próspero. “Vamos parar de repetir que não dá. Vamos olhar para o Brasil como um projeto nosso”, concluiu, destacando que o futuro do país passa pela colaboração entre empresas, governos e sociedade.

*A jornalista viajou a convite da Gramado Summit.

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