Marketplace: Mercado Livre é o maior varejista do Brasill (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 09h49.
O e-commerce brasileiro se concentra cada vez mais nos grandes marketplaces, plataformas que reúnem milhares de vendedores e atraem consumidores como verdadeiros polos do varejo digital.
O líder absoluto é o Mercado Livre, com volume bruto de vendas (GMV) estimado em R$ 138,9 bilhões, segundo pesquisa do Instituto Retail Think Tank (IRTT), que dá continuidade aos estudos iniciados pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Se toda essa receita viesse de uma única empresa, o Meli seria o maior varejista brasileiro, à frente de gigantes físicos de décadas, como o Grupo Carrefour.
Em seguida, aparece o Magazine Luiza, com R$ 46,1 bilhões, seguido pela Shopee, que deve movimentar R$ 40 bilhões, e a Amazon, com R$ 39 bilhões. O Grupo Casas Bahia aparece em quinto lugar com R$ 16,6 bilhões.
Mais do que shoppings virtuais, os marketplaces evoluíram para plataformas de relacionamento com consumidores.
"Eles utilizando dados para oferecer experiências personalizadas e serviços agregados, como logística, publicidade e opções financeiras", diz o consultor Alberto Serrentino.
Essa abordagem intensifica a competição entre as plataformas, com eventos como o Prime Day da Amazon e promoções mensais da Shopee que atraem milhões de consumidores. Neste ano, o Mercado Livre anunciou frete grátis para se manter competitivo, mesmo diante da redução das margens.
A força desses players também se reflete fora do digital. Muitos lideram a locação de espaços de armazenamento e impactam diretamente o setor imobiliário voltado ao varejo, mostrando que a expansão dos marketplaces vai muito além da tela do celular.
"Com o avanço da digitalização do consumo, o Brasil caminha para um cenário em que marketplaces são atores estratégicos do varejo, capazes de influenciar preços, logística, tendências de consumo de outros varejistas", diz Serrentino.