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Oktoberfest, de Blumenau: Ao longo dos 19 dias, são comercializadas cerca de 600 mil unidades de pratos típicos da gastronomia alemã (Oktoberfest Summit/Divulgação)
Editor da Região Sul
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 11h34.
Última atualização em 15 de outubro de 2025 às 12h33.
A Oktoberfest, de Blumenau, é uma gigante na indústria de eventos, não somente no Brasil, mas com reconhecimento global. Por qualquer viés que se analise, os números são superlativos. O título de maior celebração à cultura germânica das Américas é seu cartão de visitas, com um índice de satisfação dos clientes na casa dos 86%.
E foi exatamente para compreender a magnitude do impacto deste modelo de negócio, classificado como economia criativa, que ocorreu entre segunda a quarta-feira, no Teatro Carlos Gomes, a primeira edição do Oktoberfest Summit, uma autêntica imersão nos bastidores da organização para se conhecer a receita do sucesso no passado, os ajustes necessários no presente e discutir as estratégias do futuro.
No ranking de eventos gastronômicos do país, a Oktoberfest também é líder nacional. Ao longo dos 19 dias, são comercializadas cerca de 600 mil unidades de pratos típicos da gastronomia alemã.
Outro exemplo que retrata sua relevância: o pregão para definir quem seria a patrocinadora master da festa, disputado entre as duas maiores cervejarias do mundo (Ambev x Heineken), em 2023, contabilizou exatos 27 lances de parte a parte, resultando em um aporte de R$ 100 milhões por seis anos de contrato com o município, responsável pela gestão da festa.
A Ambev acabou vencendo a queda de braço, mas a tensão no do leilão foi tamanha, que um vídeo postado sobre os bastidores da disputa acabou viralizando nas redes sociais. Como a organização é capitaneada pela prefeitura, logo estamos falando de uma empresa pública. E contrariando o discurso raso de que serviço público é sinônimo de má gestão, a previsão é alcançar uma receita superavitária em torno de R$ 10 milhões, graças às 30 marcas que assinam o evento.
As edições em que mais de 1 milhão de pessoas passavam pela Via Germânica, como ocorreu em 1992, ficaram para trás. Saiu de cena os bailes com superlotação em que a única alternativa para os organizadores era apelar à intervenção divina para que não ocorresse um nenhum incidente grave.
No lugar da insegurança, especialmente entre as mulheres por conta do assédio, um avançado sistema de videomonitoramento, que não deixa escapar um rosto sequer no meio da multidão. No lugar do estímulo exclusivo ao consumo do “ouro engarrafado”, atrações para toda a família.
Por conta de estes indicadores e de outros tantos, os organizadores já classificam a 40ª edição da Oktoberfest como histórica. Mas como nada é perfeito, eis que surge a pergunta: o que fazer para seguir no topo em 2026, em 2030 ou em 2040? O mais apressadinho poderia pensar: “Em time que está ganhando não se mexe”. Ledo Engano. Somente um olhar e planejamento de longo prazo são capazes de assegurar o interesse das novas gerações, que, por exemplo, já não apontam a bebida como principal atrativo. " "Nós temos mais de 30 marcas que patrocinam a festa, temos plena consciência que somente com muita energia e inovação constante seguiremos com a mesma relevância", diz o diretor-geral da Oktoberfest Blumenau, Guilherme Benno Guenther.
Sua história, os atores que contribuíram ao longo dos anos para um legado de tamanho sucesso e os highlights sobre os desafios postos foram discutidos durante o Summit. A programação reuniu mais de 30 especialistas do Brasil e do exterior para compartilhar experiências sobre turismo, marketing, tecnologia, segurança, sustentabilidade e licenciamento de marcas.
Além de palestras e painéis temáticos, os participantes puderam vivenciar a experiência completa da festa, com visitas técnicas aos bastidores, desfiles oficiais e ao Camarote Spaten, imergindo na estrutura que faz da Oktoberfest uma referência mundial.
A cerimônia de abertura, realizada na noite de segunda-feira, foi um espetáculo à parte. Com atrações como os tradicionais monges cervejeiros, que marcam o início da festa, e a presença da rainha e das princesas, o evento contou com um brilho especial desde o início.
Mais de 400 inscritos puderam acompanhar a palestra do diretor-geral da Oktoberfest Blumenau, Guilherme Benno Guenther, que revelou os bastidores da organização do evento desde a década de 1980. O painel contou, também, com a participação de grandes nomes, como Delton Batista, presidente do LIDE SC/RS; Vinicius Lummertz, ex-ministro do Turismo; Guilherme Paulus, fundador do Grupo CVC; e Lucas Amorim, diretor de redação da EXAME.
Para Gelson Walker, organizador do Summit, compartilhar o conhecimento adquirido ao longo dos anos com a realização da Oktoberfest, oferece ferramentas para a real compreensão sobre o papel do turismo como motor de desenolvimento econômico. "Esta foi apenas a primeira edição do Oktoberfest Summit, um fórum de debates qualificados sobre a economia criativa, que veio para ficar", afirma Walker.