Rappi: companhia colombiana capta recursos para crescer na América Latina (Rappi/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 17h59.
Última atualização em 21 de agosto de 2025 às 18h07.
A Rappi, plataforma de entregas colombiana, fechou nesta quinta-feira, 21, a captação de um empréstimo sênior de US$ 100 milhões, cerca de R$ 547 milhões, concedido pela Kirkoswald Private Credit e pelo Banco Santander.
Os recursos serão utilizados no crescimento, refinanciamento de passivos e capital de giro, em um momento em que a companhia busca consolidar sua posição na América Latina após uma fase de forte expansão e ajustes de rentabilidade.
“Obter este tipo de respaldo no atual ambiente de captação reflete o compromisso de nossa equipe e a confiança dos investidores em nossa visão de crescimento sustentável”, afirmou Simón Borrero, cofundador e CEO da Rappi.
Fundada em 2015 em Bogotá, a Rappi já está presente em nove países da América Latina e mais de 350 cidades da região. O Brasil é o terceiro maior mercado da empresa, atrás apenas da Colômbia e do México, reforçando o papel do país na expansão regional do aplicativo de entregas.
O mercado de delivery brasileiro vive um momento de disputa acirrada. Segundo a consultoria Statista, o setor deve movimentar US$ 21,1 bilhões em 2025, impulsionado por novos modelos de negócio e pela entrada de gigantes globais no país.
No Brasil, o iFood segue como líder isolado, após anunciar um investimento de R$ 17 bilhões para fortalecer sua operação. Mas concorrentes como a Keeta, da chinesa Meituan, a 99Food e a própria Rappi ampliam sua presença no mercado com novas estratégias.
A empresa colombiana afirmou que vai investir R$ 1,4 bilhão nos próximos três anos e, como parte do plano, zerar as taxas cobradas dos restaurantes parceiros. A medida será válida por três anos e tem como objetivo expandir o modelo de full service, no qual o Rappi assume toda a cadeia: da intermediação ao pagamento e à entrega. Nesse formato, o restaurante só paga a taxa do cartão — o mesmo que teria em uma venda presencial.
A previsão é que todos os restaurantes da plataforma operem com taxa zero a partir de 31 de julho. Hoje, apenas 20% das transações do aplicativo vêm de pedidos de comida, mas a meta é saltar de 30 mil para 100 mil restaurantes ativos e transformar a vertical em porta de entrada para os demais serviços do superapp.
“Se o usuário entra pela comida, a gente mostra tudo o que mais pode oferecer”, afirma Mateus Criniti, head da operação no Brasil. Ele acrescenta que, em troca da isenção de taxas, o Rappi negocia com os parceiros o menor preço de cardápio. “Na prática, o Rappi será mais barato que os concorrentes”, diz.