Repórter
Publicado em 22 de julho de 2025 às 14h12.
Última atualização em 22 de julho de 2025 às 18h29.
De Goiânia, Samara Alves começou a empreender ainda adolescente e sem ideia de onde a vida a levaria.
Aos 15 anos, começou a trabalhar como manicure e passou mais de uma década atendendo clientes debaixo de um pé de manga e com uma bacia no chão para dar suporte.
“Com esse trabalho, eu tirava R$ 3 mil por mês e criei meu filho com dignidade. Nunca me faltou vontade de vencer”, diz Alves.
Depois, aos 30, decidiu que era hora de uma transição de carreira e se especializou em perícia documental. "Trabalhando nessa área, aprendi a ter paciência e comprometimento com cada detalhe, mas, com o tempo, passei a ter mais vontade de estar próxima das pessoas. Queria mudar vidas de forma prática, no dia a dia", diz Alves.
Foi aí que surgiu a oportunidade de conhecer a RC Fácil. "Quando entendi a proposta da rede, tudo fez sentido. Era como se eu tivesse encontrado o elo que faltava entre minha formação técnica e minha vocação para servir com amor", diz.
Em 2018, uma mudança de rumo começou a se desenhar quando ela decidiu investir em uma franquia da RC Fácil, especializada em intermediação cartorária.
A empresa atua como uma ponte entre o cliente e as instituições para resolver questões como certidões, documentos bancários e registros em cartórios, como um despachante. Assim, consegue facilitar processos que costumam ser complexos e demorados.
"Atendemos principalmente pessoas leigas ou que não têm tempo para lidar com essas demandas", explica a empreendedora. "Também atendemos advogados, empresas e escritórios que buscam soluções ágeis em intermediações e documentação".
Alves e o marido venderam a única caminhonete da família por R$ 54 mil para pagar a taxa de franquia. “Andamos a pé por um ano. Mas eu acreditava no negócio”, diz a empreendedora.
O começo não foi fácil, mas a unidade começou a mostrar resultados ano após ano. Com o tempo, o faturamento da unidade cresceu para até R$ 150 mil por mês.
A crise da pandemia, que afetou diversos setores da economia, não impediu o crescimento de sua unidade. Pelo contrário, a demanda por serviços cartorários aumentou no período, o que impulsionou ainda mais os resultados da franquia.
Em 2023, Samara tomou uma decisão arriscada e se tornou a franqueadora da RC Fácil. "Os antigos proprietários viram meu potencial, e eu já tinha um bom relacionamento com os franqueados", explica Alves.
A aquisição não foi simples: ela fez um pagamento inicial de R$ 100 mil, mais 30 parcelas de R$ 30 mil, e ainda herdou um passivo de mais de R$ 1 milhão em processos jurídicos da gestão anterior.
"Foi uma decisão de muito orgulho, pois sabia que poderia fazer a diferença não só para mim, mas também para todos os franqueados que confiam no trabalho realizado até aqui", diz Alves.
Atualmente, a RC Fácil conta com 120 franqueados espalhados por estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Maranhão e Brasília, e já tem unidades internacionais na Irlanda, Inglaterra e Espanha. Juntas, faturaram R$ 600 mil em 2025.
Alves mantém a unidade original em Goiânia como um "laboratório de inovação" para a rede. “Não gosto de perder o contato com a base. É na operação que surgem as melhores ideias”, afirma.
A RC Fácil tem planos de crescimento agressivos. A previsão é faturar R$ 72 milhões com a venda de franquias em 2025, ante os R$ 12 milhões de 2024.
Para alcançar a meta ambiciosa, a RC Fácil planeja uma estratégia de expansão que inclui cidades com mais de 25 mil habitantes, além de focar em capitais e grandes centros urbanos.
A empresa também tem a intenção de consolidar a presença internacional, com uma expansão planejada para os Estados Unidos e Portugal, onde a marca já começou a atender à demanda crescente de brasileiros que necessitam de serviços cartorários e bancários relacionados ao Brasil.