Alexandre e Felipe Salvatore, fundadores da MyHood: "Nossa visão é ser uma plataforma global de licenciamento de UGC"
Redação Exame
Publicado em 26 de outubro de 2025 às 14h00.
Os irmãos gêmeos Alexandre e Felipe Salvatore, fundadores da startup Myhood, não imaginavam que um simples vídeo viral compartilhado em 2020, sem os devidos créditos, mudaria o rumo de suas vidas.
O episódio revelou a fragilidade do sistema de direitos autorais nas redes sociais e deu origem à Myhood, plataforma que vem revolucionando o mercado de licenciamento de vídeos virais e conteúdos gerados por usuários.
O nome é uma brincadeira com Robin Hood, figura conhecida por roubar os ricos e dar aos pobres. Na prática, a ideia da empresa é garantir que criadores de conteúdo — pode ser qualquer pessoa que tenha publicado um vídeo viral, não só influencers — recebam uma remuneração justa pelo material gerado.
Ao mesmo tempo, oferece uma solução ágil para portais de notícias e broadcasters. Record, Metrópoles, Portal Terra, Jovem Pan, Léo Dias e Hugo Gloss são alguns dos clientes.
A Myhood desenvolveu uma tecnologia para rastrear e identificar vídeos virais nas redes sociais antes de atingirem o pico de popularidade.
O time especializado da startup valida esses conteúdos, confirmando autoria, data e local da gravação.
Uma vez verificado, o conteúdo é negociado com os criadores, garantindo que eles recebam metade do valor arrecadado com a monetização.
Atualmente, a Myhood tem um acervo de mais de 10 mil vídeos e adquire uma média de 41 novos conteúdos por dia, cobrindo desde memes até vídeos de acontecimentos importantes, como protestos ou eventos virais.
A tecnologia de rastreamento evita que conteúdos não licenciados sejam utilizados sem o devido pagamento.
Após a entrada de Murilo Henare, CEO da Banca Digital, como investidor em dezembro de 2023, a Myhood teve um crescimento de 8 vezes em seu faturamento entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025.
A empresa projeta um faturamento de R$ 15 milhões em 2025 e expandiu a equipe de 5 para 30 colaboradores.
Com um foco crescente no mercado de notícias, a plataforma se tornou referência para veículos de mídia que buscam acessar conteúdos virais de maneira legal, sem se preocupar com questões de direitos autorais.
Além disso, a startup também tem atraído grandes marcas, como Ambev e Guaraná Antártica, que utilizam seus vídeos licenciados em campanhas publicitárias.
A empresa está investindo em novos modelos de licenciamento. O objetivo é expandir cada vez mais a atuação no mercado de notícias e se tornar um nome global no licenciamento de conteúdo viral, atuando de forma semelhante à agência Reuters, mas com vídeos gerados por usuários.
“Estamos criando uma solução que vai transformar como o conteúdo viral é tratado na internet. Nossa visão é ser uma plataforma global de licenciamento de UGC”, afirma Felipe Salvatore.