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Jovem de 19 anos quer transformar robôs em 'máquinas emocionais'

Fundador da Intempus, o americano Teddy Warner acredita que humanos vão compreender a tecnologia melhor se ela simular emoções humanas

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15h26.

Aos 19 anos, Teddy Warner fundou a startup Intempus com a ambição de transformar a interação entre humanos e robôs. O objetivo é criar máquinas que não apenas realizem tarefas, mas que simulem estados fisiológicos humanos, como emoções.

Em um campo em que a tecnologia de robótica já avança rapidamente, Warner se propõe a introduzir uma nova camada de complexidade nas máquinas, permitindo que elas "sintam" de maneira semelhante ao que fazemos. A proposta é audaciosa e enfrenta desafios significativos.

O conceito por trás da ideia de Warner é que os robôs, ao simular estados fisiológicos, como mudanças de temperatura corporal ou aumento da frequência cardíaca, poderiam melhorar sua comunicação com os humanos.

A startup propõe um modelo no qual as máquinas, em vez de reagirem apenas de forma mecânica, apresentariam uma resposta fisiológica antes de tomar uma ação. Warner, com base em seu trabalho com IA, acredita que essa "resposta intermediária" – que ele chama de "passo B" – pode tornar as máquinas mais compreensíveis.

No entanto, apesar do potencial inovador, a proposta de simulação de emoções e fisiologia em robôs esbarra em questões tanto técnicas quanto práticas. Embora a ideia de imitar uma reação humana nas máquinas gere certo entusiasmo (ou pavor do futuro), ainda é uma área em que a aplicabilidade real e os benefícios concretos para os usuários estão longe de ser claros.

Em vez de criar novas plataformas de robôs, a proposta da Intempus busca alterar robôs existentes, o que, em teoria, poderia reduzir custos, mas também limita as possibilidades de uma verdadeira inovação.

A tecnologia foi desenvolvida a partir de um projeto de pesquisa que captura dados como suor, temperatura corporal e frequência cardíaca, com a promessa de aplicar essas informações na reação dos robôs.

Vamos ter um robô 'emocionado'?

Embora o projeto tenha atraído a atenção do mercado, incluindo um financiamento de US$ 200.000 da Thiel Fellowship, a ideia de que robôs "emocionais" se tornem uma realidade está longe de ser consenso entre especialistas da área. O campo da robótica já enfrenta desafios de aceitação, e a proposta de Warner pode não ser suficiente para transformar uma indústria que depende de precisão e eficiência.

A abordagem pode ter um apelo teórico, mas também levanta questões sobre a necessidade real de uma máquina "emocional". A ideia de robôs que demonstram sinais de "stress" ou "frustração" pode ser mais uma solução para um problema que ainda precisa ser melhor compreendido. E, mais do que isso, coloca em discussão até onde devemos permitir que máquinas se aproximem do comportamento humano.

Por enquanto, a startup ainda está em estágio inicial e enfrenta o desafio de demonstrar sua viabilidade no mercado de robótica. Warner está à frente do projeto como único fundador e CEO, mas já firmou parcerias com empresas da área, buscando expandir o alcance e a aplicação da tecnologia desenvolvida. Resta saber se essa visão será capaz de se concretizar em um mercado que exige resultados práticos e não apenas conceitos inovadores.

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