Negócios

Apresentado por SEBRAE

Sebrae amplia acesso ao crédito para mulheres empreendedoras em Minas Gerais

Iniciativa garante até 100% das exigências bancárias para micro e pequenas empresas lideradas por mulheres

Marina Ulhôa, fundadora do salão de beleza Fusilli: “Passei a enxergar o dinheiro não como uma dívida, mas como um potencial de expansão” (Gustavo Baxter/Nitro)

Marina Ulhôa, fundadora do salão de beleza Fusilli: “Passei a enxergar o dinheiro não como uma dívida, mas como um potencial de expansão” (Gustavo Baxter/Nitro)

EXAME Solutions
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 26 de maio de 2025 às 17h46.

Última atualização em 27 de maio de 2025 às 08h09.

Empresas comandadas por mulheres em Minas Gerais agora podem obter até 100% de garantia em financiamentos por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), iniciativa do Sebrae. O anúncio foi feito durante a Caravana Sebrae DELAS, no evento “Momento Gerencial — Mulheres e Oportunidades Financeiras”, realizado em 22 de maio, em Belo Horizonte.

A ação, que já passou por Campo Grande (MS) e São Luís (MA), pretende percorrer todas as capitais e regiões estratégicas do país. A principal novidade em Minas Gerais é a cobertura total do Fampe para as garantias exigidas pelas instituições financeiras — exclusivamente para empresas com liderança feminina.

Criado pelo Sebrae, o Fampe viabiliza acesso a crédito para negócios que não possuem garantias suficientes, como imóveis ou veículos. A cobertura padrão é de 80%, mas desde 31 de março, mulheres que sejam sócias majoritárias ou administradoras têm direito à garantia integral. O benefício vale até 31 de março de 2027 e é operado por Sicoob, Sicredi, Banco do Nordeste, BDMG, Cresol e Banco Original.

Giovana Antonelli: atriz motivou empresárias a não desistirem diante dos vários “nãos” que podem receber ao buscar crédito. (Gustavo Baxter/Nitro)

Potencial de expansão

Marina Ulhôa, proprietária do salão de beleza Fusilli, em Belo Horizonte, é um dos exemplos de empreendedoras beneficiadas pelo Fampe. Ela começou o negócio com recursos próprios e, ao buscar expansão, esbarrou na baixa receptividade de instituições financeiras.

“Eu nunca fui empreendedora e, quando comecei, senti a necessidade de estudar muito e me preparar. Uma coisa que aprendi foi a não ter medo do empréstimo. Passei a enxergar o dinheiro não como uma dívida, mas como um potencial de expansão”, diz.

Assim como outras empresárias mineiras, Marina recorreu ao Fampe e já planeja um novo financiamento com o fundo. O caso dela ilustra como a cobertura de 100% da garantia pode mudar o cenário do crédito para mulheres no estado.


"Passei a enxergar o dinheiro não como uma dívida, mas como um potencial de expansão"Marina Ulhôa, proprietária do salão de beleza Fusilli

“Sabemos que o acesso a crédito ainda é um dos maiores desafios enfrentados pelas mulheres no mercado. Com 100% de aval do Fampe, as empreendedoras podem obter crédito com menos exigência de garantias reais, o que reduz os entraves e impulsiona o empreendedorismo feminino no estado”, destaca a analista do Sebrae Minas, Ayslane Costa.

Desigualdade de gênero

Segundo Georgia Nunes, gerente de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, há desigualdade significativa entre homens e mulheres na obtenção de crédito. Dados do Banco Central mostram que empresárias pagam, em média, 4% mais de juros ao ano em comparação aos empresários.

“As mulheres muitas vezes empreendem por necessidade, como após o nascimento de um filho, e têm menos tempo para se dedicar ao planejamento. Quando buscam crédito, enfrentam questionamentos que não são feitos a homens. Por isso, acabam recorrendo a alternativas mais caras, como o cartão de crédito”, afirma Georgia.

Além de facilitar o acesso ao crédito, o Sebrae oferece capacitações em planejamento e gestão financeira e está desenvolvendo, em parceria com instituições financeiras, um protocolo de atendimento mais acolhedor para mulheres empreendedoras.

Durante o evento, representantes de bancos e cooperativas estiveram presentes para atendimento personalizado, como Regiane Gonçalves (Banco do Brasil), Letícia Guerra (BDMG), Eduardo Ragnar (Caixa) e Luciana Avelar (Banco do Nordeste).

Cooperativismo como chave para democratizar o crédito

O diretor superintendente do Sebrae Minas, Afonso Rocha, destacou que 40% dos empreendedores mineiros são mulheres e que Minas lidera no volume de crédito usado por empresas. “Isso se deve à capilaridade das cooperativas de crédito, que alcançam até municípios mais isolados”, afirma.

Esse é o caso de Marisa e Jéssica Souza, donas da padaria Delícias do Trigo, em São Bento Abade. Com apoio da Sicoob e do Sebrae, conseguiram R$ 20 mil para expandir o negócio. “Para escolher esse financiamento, nós consideramos as taxas de juro menores, a facilidade de garantia do Fampe e o apoio do Sebrae”, afirma Jéssica.

"Recebemos várias negativas mesmo tendo milhões de reais em caixa para oferecer como garantia"Bárbara Andrade, CFO da Boca Rosa
 

Uma inspiração para as empreendedoras

O evento também contou com palestra da atriz e empresária Giovana Antonelli, que motivou as empresárias presentes a não desistirem diante dos vários “nãos” que podem receber ao buscar crédito.

“Quando era uma atriz jovem, me apaixonei pelo papel da personagem Capitu, mas não me deixaram nem fazer o teste. Insisti tanto que acabei conseguindo a oportunidade de mostrar meu trabalho, mas, ainda assim, não passei no teste. Só consegui fazer a novela porque outras atrizes desistiram e, no meio do caminho, os diretores decidiram mudar o perfil da atriz que estavam buscando. E foi essa insistência que alavancou minha carreira.”

Em outra palestra, a CFO da empresa de maquiagem Boca Rosa, Bárbara Andrade, reforçou a importância de empresas de todos os portes entenderem que a abertura de oportunidades de crédito precisa ser construída.

“Sempre digo que o dinheiro próprio é o mais caro. Por isso, fui em busca de financiamento nos bancos assim que entrei na companhia. Como a empresa não tinha um histórico de relacionamento anterior com as instituições financeiras, recebemos várias negativas mesmo tendo milhões de reais em caixa para oferecer como garantia.”

Acompanhe tudo sobre:hub sebraehub-especialConstruindo futuros

Mais de Negócios

Fugir do modelo tradicional rendeu R$ 6,8 milhões a esta consultoria jurídica

Ele mandou um e-mail, recebeu US$ 350 mil e criou uma empresa de US$ 4,6 bilhões. Veja como

Ele vendeu empresa, se aposentou aos 28 anos e passou a viver de renda passiva de US$ 30 mil

Ela largou o emprego para focar em seu blog de moda — hoje, fatura mais de US$ 375 mil