Redatora
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 05h32.
Você já deve ter conhecido algum adulto com o chamado "paladar infantil". Uma pesquisa agora mostrou o tamanho desse universo.
Cerca de 45% dos adultos nos Estados Unidos já pediram refeições infantis em restaurantes, segundo estudo da empresa de pagamentos Lightspeed Commerce e divulgado no MarketWatch nesta terça-feira. Entre os principais motivos apontados estão a praticidade, o preço mais acessível e a preferência por porções reduzidas.
Dados da Circana, empresa de pesquisa de mercado, indicam que os pedidos de refeições infantis por adultos aumentaram 30% entre 2019 e 2025, mesmo com queda no movimento geral de restaurantes no período.
Especialistas afirmam que o aumento da procura está ligado a mudanças nos hábitos de consumo. Medicamentos supressores de apetite, como os da classe GLP-1, podem estar influenciando parte dessa tendência.
Além disso, a alta no custo de refeições fora de casa tem incentivado consumidores a buscar alternativas mais baratas.
De acordo com o índice de preços ao consumidor dos EUA, a categoria “alimentação fora do domicílio” subiu 3,8% nos últimos 12 meses, acima da inflação geral, de 2,7%. Em média, uma refeição infantil custa de US$ 4 a US$ 6 em redes de fast-food, enquanto em restaurantes "normais" o valor varia de US$ 6 a US$ 9.
O McDonald’s, maior vendedor de refeições infantis do país, comercializa cerca de 3,2 milhões de McLanche Feliz por dia, de acordo com relatório da Sense360, uma empresa de pesquisa de mercado. A rede lançou recentemente a McDonaldland Meal, uma versão adulta do combo, que inclui Quarter Pounder ou McNuggets, batata frita, milkshake e um brinquedo colecionável.
Segundo analistas, a iniciativa busca unir conveniência, custo reduzido e nostalgia: “Estamos vendo adultos cada vez mais se olhando para tendências que despertam sentimentos de nostalgia enquanto lutam contra o estresse vida cotidiana em meio a tarifas, inflação e incerteza econômica”, disse Michael Della Penna, diretor de estratégia da InMarket, ao MarketWatch.