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Gestora quer salvar startups do 'vale da morte' e abre rodada de R$ 35 milhões

O programa de aceleração da Start Growth é voltado a negócios em estágio inicial ou de tração

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 06h00.

Na próxima segunda-feira, 13, a gestora Start Growth abrirá as inscrições para um novo programa de aceleração, com R$ 35 milhões disponíveis para investir em startups SaaS B2B.

As inscrições estarão disponíveis os dias 13 de outubro e 13 de novembro, exclusivamente pelo site da empresa.

O foco do programa está em empresas que já validaram os produtos, mas ainda enfrentam dificuldades para escalar comercialmente.

Fundada em 2014, a Start Growth opera com um modelo de smart capital, combinação entre aporte financeiro e atuação direta na operação das investidas.

No portfólio da Start Growth estão startups de tecnologia financeira ou de recursos humanos. A startup de logística Fretefy, que fez fusão com a Mobiis no início de 2025, é uma delas.

Quais os critérios?

Serão selecionadas startups de nove setores distintos — incluindo HRtechs, fintechs, martechs e indtechs — que atuem com modelo B2B, ou seja, que vendem produtos e serviços para outras empresas, e não diretamente para o consumidor final.

O recorte também prioriza startups com modelo software as a service, ou SaaS, quando o produto da empresa é oferecido por meio de assinaturas digitais — como ferramentas de gestão, marketing ou atendimento em nuvem, por exemplo.

A proposta, segundo a gestora, é ajudar fundadores a atravessarem o chamado “vale da morte”, fase crítica em que a startup ainda não atingiu o ponto de equilíbrio financeiro e corre risco de encerrar as atividades por falta de resultados.

“Entramos no momento mais crítico das startups: quando o produto existe, mas falta estrutura para escalar”, diz Marilucia Pertile, cofundadora da Start Growth.

A executiva destaca que o diferencial do modelo está na atuação hands-on — expressão do setor que define investidores que participam ativamente das decisões e da rotina da startup.

“Aceleramos lado a lado, ajustamos mensagens, acompanhamos métricas e compartilhamos o risco do crescimento. Essa é a essência do smart capital”, afirma Pertile.

Modelos operacionais ganham força

O movimento segue uma tendência crescente entre fundos que apostam em startups em estágios iniciais de operação.

Dados da Global Accelerator Network mostram que mais de 60% das aceleradoras globais já oferecem suporte direto em áreas como growth, vendas e tecnologia. A meta é reduzir o tempo de validação de mercado e aumentar as chances de sobrevivência dos negócios.

As estatísticas justificam essa mudança. Um estudo global da CB Insights indica que 42% das startups encerram as atividades por falta de demanda e 29% por problemas de capital.

No Brasil, a situação é ainda mais delicada: cerca de 60% das startups fecham as portas antes de completarem cinco anos de operação, segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

As principais causas são falhas nas estratégias de marketing e vendas — justamente os pontos atacados por programas como o da Start Growth.

“Não basta crescer rápido se não há consistência nas métricas. Trabalhamos com o fundador para que ele aprenda a construir crescimento previsível, escalável e financeiramente sustentável”, diz a fundadora.

Quando abrem as inscrições?

As startups interessadas podem se inscrever entre 13 de outubro e 13 de novembro, exclusivamente pelo site da Start Growth: http://www.startgrowth.com.br

O processo seletivo prioriza negócios com produto validado, primeiras vendas concretizadas e potencial de escalar com suporte operacional.

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