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Apresentado por IBP

Transição energética abre espaço para jovens que querem inovar

A transição energética faz com que o setor ofereça oportunidades de crescimento, acesso a tecnologias e o propósito de mudar para melhor o dia a dia das pessoas

Turma do "Offshore do Futuro": programa da UnIBP desenvolvido em parceria com a Equinor e com a SBM Offshore é voltado para capacitar profissionais para os desafios do setor   (IBP/Divulgação)

Turma do "Offshore do Futuro": programa da UnIBP desenvolvido em parceria com a Equinor e com a SBM Offshore é voltado para capacitar profissionais para os desafios do setor (IBP/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 5 de novembro de 2025 às 14h07.

Última atualização em 5 de novembro de 2025 às 14h07.

Há três ingredientes por trás do poder de fascínio das grandes empresas de tecnologia sobre jovens profissionais e empreendedores: a oportunidade para crescer, o acesso a recursos e tecnologias necessárias para inovar e a chance de fazer algo capaz de transformar o mundo ou o dia a dia das pessoas.

A boa notícia: esses três elementos não são exclusividade de um único grupo de grandes companhias, como Google, Meta, Amazon e, mais recentemente, Tesla e Open AI, nem de locais como o Vale do Silício, em São Francisco, na Califórnia. No Brasil, essa mesma combinação pode ser encontrada na indústria brasileira de óleo e gás.

Na última década, o setor passou por uma grande transformação movida pela transição energética, como é chamado o processo pelo qual gradualmente as fontes renováveis, como a energia eólica e os biocombustíveis, complementam as fontes de origem fóssil para compor uma matriz diversificada e, ao mesmo tempo, mais descarbonizada e segura.

Resultado: já não dá para limitar o setor apenas às atividades relacionadas ao óleo e gás propriamente ditos. Dele saem grandes investimentos em energias renováveis, combustíveis mais eficientes e em iniciativas fundamentais para uma economia de baixo carbono, como o desenvolvimento de biocombustíveis sustentáveis para aviação (SAF, na sigla em inglês).

“O setor já fez do Brasil uma referência mundial na exploração de petróleo em águas profundas”, diz Melissa Fernandez, gerente de tecnologia e inovação do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). “E agora está contribuindo para que alcancemos o mesmo patamar no desenvolvimento de biocombustíveis e energias renováveis.”

Alta demanda profissional

O IBP é uma das instituições que trabalham arduamente para formar e atrair os novos profissionais que serão fundamentais para levar adiante a transição energética. A UnIBP é uma das principais iniciativas. Trata-se de uma universidade setorial criada há sete anos e que hoje está na linha de frente na disseminação do conhecimento para quem quer atuar no setor.

Além disso, o IBP possui um hub de inovação — o iUP — que atua em parceria com as empresas do setor e com outras instituições para fomentar novas empresas, incentivar startups e atrair novos empreendedores para a cadeia de óleo, gás e energias renováveis.

Há, literalmente, milhares de oportunidades. Segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas, as empresas de óleo e gás no Brasil vão precisar de 250 mil novos profissionais até 2030, grande parte deles de nível técnico e superior.

Outro levantamento, feito pela Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (ABESPetro) mostra uma carência de 15% a 20% da força de trabalho nos empregos de nível médio, como soldadores e eletricistas.

Além do alto número de vagas, essas indústrias pagam muito bem. O setor de O&G sustenta mais de 1,6 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos. Só o segmento de Exploração & Produção apresenta uma média salarial 7,3 vezes superior ao salário médio da indústria geral no país. Remunerações iniciais de cinco dígitos são bastante comuns. “Um engenheiro em início de carreira tem uma remuneração mensal de R$ 8 mil a R$ 12 mil”, diz Karen Cubas, gerente da UnIBP.

A necessidade de pessoal é tão grande que muitas empresas estão recrutando profissionais aposentados para voltar à ativa. “Ainda assim, isso não supre a necessidade de jovens profissionais, mais adaptados às novas tecnologias e que podem contribuir com a digitalização dos negócios do setor de óleo e gás”, diz Karen.

O problema: nem todo mundo já se deu conta dessa enorme avenida para as excelentes oportunidades de carreiras e para compreender o que isso tudo representa.

“Existe entre os jovens um certo preconceito com a indústria do petróleo, considerada por eles antiquada e poluente”, diz Alfredo Renault, CEO do Centro de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono da Coppe/UFRJ. “Mas essa visão está distante da realidade. Costumo mostrar a eles como o setor hoje dá impulso às energias renováveis e tem um papel social importantíssimo num mundo em que cerca de 2 bilhões de pessoas não têm um consumo energético condizente com uma razoável qualidade de vida.”

Incentivos ao setor

Nas últimas duas décadas e meia, as empresas têm feito um esforço bilionário para atrair profissionais e inovar. Desde a abertura do setor, em 1998, foram investidos mais de R$ 34 bilhões em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação (PD&I) no setor de petróleo e gás, abrangendo formação de profissionais, infraestrutura de pesquisa, startups e pequenas e médias empresas da cadeia produtiva. Apenas nos últimos três anos, os investimentos anuais têm se mantido na faixa de R$ 4 bilhões por ano, ultrapassando R$ 12 bilhões no período.

O dinheiro tem origem na Cláusula de Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Trata-se de um mecanismo criado na abertura do mercado segundo o qual as empresas que produzem e exploram petróleo precisam investir 1% da receita bruta obtida nos seus campos de exploração em PD&I.

Esses recursos são usados para financiar diversos programas e iniciativas. Um deles é o Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, que paga bolsas de estudo e pesquisa para estudantes de graduação, mestrado e doutorado em 50 universidades brasileiras, financiando pesquisas importantes para o setor de óleo e gás em áreas como geologia, ciência de dados e engenharia química, só para citar algumas.

Também vêm daí os investimentos em empresas e novos negócios. Pelo menos uma vez por ano, o IBP organiza hackathons que mobilizam estudantes e empreendedores em potencial para tirar do papel novos produtos e serviços.

Outro programa bancado por esses recursos é o Nave, que no início do ano selecionou 21 startups dentre 300 inscritas para desenvolver produtos e serviços em áreas como inteligência artificial e desenvolvimento de combustíveis mais eficientes e captura, armazenagem e reutilização do CO2 emitido na atmosfera. “Precisamos muito de empreendedores para contribuir com a inovação exigida pela evolução energética”, diz Melissa Fernandez, do IBP, instituição que, por meio do iUP, é a entidade gestora do programa.

Segundo dizem, no século 20 o bilionário J. Paul Getty, fundador da petrolífera Getty Oil, ensinava a seguinte fórmula para o sucesso: “acorde cedo, trabalhe duro, ache petróleo”. Neste século 21, o setor continua sendo um celeiro de oportunidades — só que agora a riqueza também pode vir de novas frentes, como as relacionadas às energias de baixo carbono.

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