Negócios

Um passeio pela primeira loja da Natura no shopping Morumbi

O ponto de venda tem 68 metros quadrados e oferta 40% do portfólio da companhia, com foco nas marcas mais premium

Loja da Natura no shopping Morumbi, em São Paulo (Divulgação/Natura/Divulgação)

Loja da Natura no shopping Morumbi, em São Paulo (Divulgação/Natura/Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 27 de abril de 2016 às 18h05.

São Paulo - A Natura abriu nesta quarta-feira (28), no shopping Morumbi, em São Paulo, sua primeira loja voltada a explorar o varejo.

No passado, a fabricante de cosméticos teve uma vitrine conceito na rua Oscar Freire, também na capital paulista.

"Esta loja, diferentemente da outra, tem o objetivo de ser uma parte importante do nosso negócio, de ser lucrativa e viável", disse João Paulo Ferreira, vice-presidente comercial e de sustentabilidade da empresa, em evento de inauguração.

O ponto de venda tem 68 metros quadrados e oferta 40% do portfólio da companhia, com foco nas marcas mais premium e categorias com apelo para compras imediatas, como a de maquiagens.

A linha Sou, por exemplo, que recentemente passou a ser vendida em farmácias, não está disponível.

Os preços são os mesmos do catálogo, mas as promoções serão diferentes, direcionadas para o canal.

Boa parte dos itens pode ser testada na loja e as sete vendedoras que trabalham lá passaram por um mês de treinamento para conhecer os produtos e aprender técnicas de maquiagem e perfumaria.

"É um ponto de experimentação em que os nossos clientes, numa ocasião de compra diferente, podem experimentar parte do nosso portfólio e se reconectar com a marca", definiu Ferreira.

Segundo a Natura, a reação das revendedoras ao novo projeto tem sido positiva.

Durante um ano, a empresa avaliou a aceitação do novo negócio com a instalação de quatro quiosques em shoppings de Campinas e São José dos Campos, no interior de São Paulo.

"Não houve canibalização entre os dois canais (de venda direta e varejo) e as consultoras foram muito receptivas. A venda que a gente perde dentro de um shopping é para outras marcas, e é isso que a gente não quer", comentou Andrea Eboli, diretora de marketing da companhia.

Sustentabilidade

Característica bastante explorada pela Natura, a sustentabilidade não ficou de fora do design da loja.

Para definir a "cara" que terá no varejo, a empresa realizou um concurso entre sete escritórios de arquitetura.

Os dois finalistas montaram seus projetos na sede da fabricante em Cajamar, em São Paulo, e consumidores, revendedoras e fornecedores foram convidados a conhecê-los, sugerir mudanças e escolher o que seria implantado.

O piso da unidade, por exemplo, é feito com madeira reciclada de fachadas de casas e os painéis expositores levam restos de lenhas usadas por artesões.

Já a iluminação do ambiente é feita com lâmpadas de LED, mais econômicas.

Manter esse padrão, porém, será um desafio quando a empresa tiver outros pontos de venda.

"A sustentabilidade vai ser uma premissa, por isso estamos indo devagar, precisamos entender como replicar isso", disse Eboli.

Expansão

Não é segredo que a Natura pretende ganhar escala no varejo.

A fabricante de cosméticos promete outras lojas próprias ainda para este ano, mas não diz quando elas serão abertas, nem em quais shoppings.

"Vamos abrir quantas conseguirmos executar, mas a ordem de grandeza será de poucas unidades porque isso tudo aqui é muito novo para nós", disse Ferreira.

No fim do ano passado, o presidente da companhia, Roberto Lima, afirmou que seriam 10 lojas em 2016, distribuídas entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

A longo prazo, a expansão por meio de franquias é uma das opções estudadas pela empresa. "É uma possibilidade entre as alternativas de crescimento, mas a gente não está preparado para falar disso agora", disse Ferreira.

Com problemas nas vendas há algum tempo, a Natura enxerga na diversificação de canais de venda uma oportunidade de reconquistar o consumidor.

A companhia não abre, porém, quanto já investiu na frente de varejo.

Entre 2010 e 2015, sua fatia de mercado caiu de 14,9% para 11,1%, enquanto a da concorrente O Boticário cresceu de 6,9% para 10,9%, de acordo com a consultoria Euromonitor.

No ano passado, seu lucro encolheu 30%, para 513 milhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:ComércioEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasindustria-de-cosmeticosIndústrias em geralInvestimentos de empresasNaturaVarejovendas-diretas

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares